Confiança da construção cai 6,5% em setembro ante agosto, aponta FGV

O Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 6,5%, entre agosto e setembro, para 65,9 pontos. Essa é a maior queda do índice desde março de 2015, quando houve recuo de 9,1%. No acumulado anual, o ICST apresenta perda de 29,6 pontos (variação de -31,0%). Em relação a igual mês do ano passado, o ICST recuou 35,1%.

A piora do índice em setembro foi resultado, principalmente, da falta de confiança do empresariado em relação ao estado atual dos negócios. Segundo a FGV, o Índice da Situação Atual (ISA-CST) caiu 11,2%, a 49,4 pontos, recorde negativo histórico. Já o Índice de Expectativas (IE-CST) apresentou queda bem menor: 3,5%, chegando a 82,4%.

A queda do ISA-CST, em setembro, foi influenciada principalmente pelo indicador que mede o grau de satisfação das empresas com a situação atual dos negócios, que recuou 11,3%, para 47,3 pontos. O recuo do IE-CST foi provocada, principalmente, pela queda do quesito que mede as perspectivas em relação à evolução da situação dos negócios para os próximos seis meses, que recuou 3,5% (3,0 pontos) entre agosto e setembro, até 82,4 pontos.

No comunicado à imprensa, a coordenadora de Projetos da Construção da FGV/IBRE, Ana Maria Castelo, escreve que o resultado de setembro surpreendeu ao mostrar uma retração ainda mais severa na atividade corrente das empresas. “Até agosto, os resultados da sondagem apontavam uma desaceleração da queda do ICST, parecendo indicar que o setor estaria mais próximo do fundo do poço de sua crise”, escreve a coordenadora. “(Sendo que essa retração mais severa) ainda deve se refletir em indicadores como PIB e emprego”, disse Ana Maria.

A questão financeira continua sendo um agravante do cenário setorial. Em setembro, 47,0% das empresas sinalizaram que está mais difícil conseguir crédito para os seus projetos no momento. Há um ano, a dificuldade era apontada por 22,5%. No caso do IE-CST, o quesito que mais contribuiu para queda foi o que mede as perspectivas em relação à evolução da situação dos negócios para os próximos seis meses, que cedeu 3,5% (3,0 pontos) entre agosto e setembro para 82,4 pontos.

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