A confiança da construção recuou 1,8 ponto em maio ante abril, aos 80,7 pontos, informou nesta segunda-feira (27) a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o indicador recuou pelo terceiro mês consecutivo, ao cair 1,4 ponto.

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A coordenadora de projetos de construção do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), Ana Maria Castelo, avalia que o ritmo lento de atividade econômica está pesando sobre os negócios. “A conjunção de baixo crescimento, contingenciamento de recursos orçamentários com aumento das incertezas desanimou os empresários da Construção. A percepção vigente na virada do ano, de que havia uma melhora lenta mas contínua no ambiente de negócios, dá lugar a um pessimismo, cada vez mais disseminado entre os segmentos do setor. Em maio, o aumento do pessimismo afetou especialmente a área de edificações residenciais e de obras viárias”, explica.

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A FGV aponta para perda acumulada de 4,7 pontos nos cinco primeiros meses do ano. Em maio, o movimento foi guiado principalmente pelo Índice de Expectativas, que cedeu 3,0 pontos, na maior queda desde agosto de 2018, quando havia recuado 3,2 pontos. Entre as principais influências, aparecem a queda de 2,7 pontos do indicador de demanda prevista, para 89,4 pontos, e o indicador de tendência dos negócios, que cedeu 3,3 pontos, para 89,5 pontos.

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O Índice de Situação Atual cedeu 0,6 ponto em maio, aos 72,4 pontos, influenciado “exclusivamente” pelo indicador que mede o grau de satisfação com a situação atual dos negócios, que retraiu 1,4 ponto, retornando ao nível próximo de setembro de 2018 (74,1 pontos).

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) avançou 0,1 ponto porcentual, para 66,3%. Tanto o Nuci para Máquinas e Equipamentos quanto o Nuci para Mão de Obra subiram 0,1 ponto porcentual, respectivamente.

Emprego

A FGV relata que empresários estão ajustando para baixo suas previsões de contratação no ano, diante da piora do cenário econômico. “Depois de um período de forte contração do mercado de trabalho – entre dezembro de 2013 e dezembro de 2018 – em que as construtoras demitiram cerca de 1,2 milhão de trabalhadores – as empresas iniciaram o ano contratando. A piora do cenário ameaça esse movimento de recuperação do mercado de trabalho”, observou Ana Maria Castelo.