Foi aberta ontem em Londrina, norte do Paraná, a primeira Conferência Internacional de Agroenergia (Conae), evento promovido pela Federação de Associações de Engenheiros Agrônomos do Paraná e Associação dos Engenheiros Agrônomos de Londrina, com o apoio da Embrapa, Ministério da Agricultura, Ministério do Turismo e Embratur. Mais de 800 pessoas, entre pesquisadores e profissionais ligados à produção de bioenergia e ao aprimoramento do desenvolvimento tecnológico de combustíveis renováveis do país e do exterior, participam de debates sobre as alternativas energéticas para o futuro.

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O evento segue até amanhã, discutindo as formas de solução para o processamento e alternativas agroenergéticas, além da intenção em firmar parcerias entre setor público e privado para se criar uma plataforma de pesquisas no setor.

Ontem pela manhã, o evento contou com a participação do líder de pesquisa da área de Engenharia e Ciência de Aproveitamento de Cultivos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, Kevin Hicks, que falou sobre a experiência americana no desenvolvimento de tecnologias na produção de produtos não alimentícios, que serão substitutos para a importação de derivados de petróleo. Em seguida uma videoconferência com Ignacy Sachs, diretor honorário do centro de Pesquisas sobre o Brasil Contemporâneo na França, abordou as questões ambientais e sociais ligadas à agroenergia, como a redução dos impactos sobre a atmosfera e a geração de novos empregos, por exemplo.

Segundo o coordenador técnico da Conae, Décio Gazzoni, pesquisador da Embrapa Soja, a demanda por energia no mundo justifica a urgência em se discutir a multiplicidade de aspectos que envolvem a agroenergia. ?Temos que explorar nossa capacidade física, mas também investir em novas tecnologias para atender a essa demanda crescente. O mundo devia ter pensando nisso há 30 anos atrás, antes que a crise energética chegasse?, analisa.

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Além de criar alternativas energéticas e desenvolver novas tecnologias, as discussões oportunizam o aproveitamento de bioprodutos derivados das extrações energéticas. ?Nesse evento vamos discutir qual o tamanho desse mercado agroenergético e como devemos explorá-lo de forma sustentável e competitiva?, completa. Ainda segundo ele, a energia renovável vai viabilizar novos mercados e novos empregos. As discussões dividem-se em quatro segmentos de pesquisa: álcool combustível, biodiesel (combustível à base de oleaginosas como girassol e soja), biogás e biomassa florestal.

O objetivo do evento é democratizar a informação como forma de conhecimento. As informações retiradas das palestras vão servir de subsídio para uma programação de pesquisa no segmento. ?Na conferência haverá ainda gravação das palestras para a produção de um regimento interno que vai subsidiar a programação de pesquisa da Embrapa?, finaliza o pesquisador.

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Nos três dias de evento serão realizadas ainda conferências e painéis sobre: Cenários da Matriz Energética Mundial; Perspectivas Energéticas Mundiais; o Mercado do Etanol; o Mercado de Carbono; Biomassa Florestal; o Programa Brasileiro de Biodiesel; a Logística da Produção de Bioenergia; Cana-de-açúcar; Oleaginosas; Ameaças e Oportunidades a Agroenergia; Aproveitamento de Co-produtos; Rede de Pesquisas para a Agroenergia; e Cenários Mundiais para o Mercado de Biodiesel.