Confecções capacitadas para a Europa

Um workshop com técnicos e estilistas franceses do setor de vestuário, realizado em Curitiba pelo governo do Estado, marcou o início da capacitação dos empresários paranaenses para que possam levar a moda local ao mercado europeu e, principalmente, para o Ano do Brasil na França, exposição que será realizada em 2005 em Paris.

O evento, realizado no Cietep nos dois primeiros dias da semana, foi resultado de uma parceria da Secretaria da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul (Seim) com a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e Codesul, e contou com a participação de mais 60 empresas do Paraná e outros estados.

Corredor da Moda

O principal eixo das indústrias de confecções do Paraná é o chamado "corredor da moda", localizado entre as cidades de Maringá, Cianorte, Londrina e Apucarana. A região oferece 15 mil lojas varejistas de confecção, mil lojas atacadistas e 16 centros atacadistas e de pronta-entrega.

Representante da Associação dos Confeccionistas de Cianorte, Rosane Bacol afirma que já existe uma visão dos empresários para a exportação. "Falta mais infra-estrutura. A ajuda do governo em promover capacitação é valiosa pois, com estas informações, é possível montarmos oficinas também em Cianorte", diz.

A empresária Lucia Figueredo, dona da empresa Lucia Figueredo, de Cianorte, já exporta para Estados Unidos, Dinamarca, Noruega, Japão, Portugal e Itália. A França ainda é um mercado a ser conquistado. "A moda é universal. Com o pólo industrial de confecções em Cianorte, nossa região tem possibilidades para exportar para qualquer lugar."

Brasileiros têm muito a ensinar

Para a estilista francesa convidada para o evento, Steffgenn Virginie, o Brasil tem um potencial enorme para trabalhos com peças de alto luxo, em especial na moda praia. "A habilidade da indústria brasileira com as lingeries faz com que os franceses tenham que aprender com os brasileiros como lidar com a sublimação do luxo para a confecção de peças mais sedutoras", diz.

Sobre as diferenças, Virginie conta que os estilistas na França têm inspiração no cotidiano e no dia-a-dia, enquanto no Brasil, existe uma maior pesquisa nos tecidos e uma inovação nas idéias.

"O lado artesanal e nos acabamentos dos brasileiros são um fator de enorme interesse para o mercado europeu." Das deficiências, ela diz que o país deve ajustar a questão do material utilizado. "Muitas vezes são usados muitos forros e o biquíni ou o maiô se torna pesado."

O empresário brasileiro Álvaro Baggio, da Água Fresca, concorda que os materiais brasileiros são mais pesados. "Os acabamentos são mais leves na França e cada país tem uma percepção diferente de moda. Este workshop serve para mostrar para nós o que realmente eles querem", diz.

Tendências

Das visões e tendências para o verão europeu 2005, ela dá algumas dicas para os empresários que desejam exportar e até para as brasileiras que buscam seguir a moda européia. "A mulher francesa busca o que pode ser confortável e modelador. A grande demanda é o sutiã tomara-que-caia. A cor ameixa é muito comercial e o lilás está substituindo o rosa.

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