O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem que as condições para a retomada do crescimento econômico já estão dadas e os resultados dessas medidas vão aparecer a partir do último trimestre do ano. “Falo em construção do crescimento, não em retomadas de fôlego curto. Crescimento não é aquecimento”, disse Meirelles. “Bolhas de crescimento se inflam com facilidade, mas infelizmente se desmancham no ar”, acrescentou.
Diante de um discurso para uma platéia de empresários, Meirelles disse estar proibido de falar sobre juros até a divulgação da ata do Copom na próxima quinta-feira. Mas, ele afirmou que os resultados obtidos até agora em relação à inflação e às contas externas do país estão acima do esperado.
O presidente do BC disse que a inflação continua sendo considerada pelo governo como uma “pré-condição para um crescimento estável”. Sobre a redução do recolhimento compulsório, Meirelles afirmou que não iria se pronunciar sobre decisões futuras. Ele considera, porém, que os compulsórios estão muito altos.
“Era de se esperar que eles estivessem mais baixos do que estão hoje”, disse o presidente do BC se referindo à expectativa do mercado e do setor produtivo sobre uma nova redução nos compulsórios.
Meirelles disse que o Brasil está fazendo os ajustes necessários para estabilizar a economia com custo muito menor do que o que foi pago por outros países.
O presidente do BC reafirmou que não falaria sobre a redução da taxa Selic (adotada pelo banco na semana passada, que caiu de 24,5% para 22%) até que seja divulgada a ata do Copom, prevista para acontecer quinta-feira.