O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, evitou nesta terça-feira, 22, fazer comentários sobre o dólar, que passou a marca de R$ 4,00 na manhã do dia. “Não faço referência ao patamar da taxa de câmbio”, disse, acrescentando que o câmbio flutuante reflete as condições de oferta e demanda e traz equilíbrio às contas externas. “As condições de mercado definem o câmbio e temos visto oscilação. Vemos o regime funcionando com repercussões em diversos itens, tanto em transações correntes quanto em outras contas”, afirmou.

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Maciel disse ainda que as atuações do Banco Central nesse mercado têm como referência reduzir a volatilidade do mercado e oferecer liquidez ao sistema.

Segundo o técnico, as incertezas no cenário interno e externo são relevantes para o Investimento Direto no País (IDP). “O câmbio contribui para o IDP, tornando mais atrativos os ativos”, avaliou.

Além disso, citou uma sazonalidade positiva no fim do ano, quando ingressos são mais acentuados. Mesmo assim, o BC reduziu a projeção para o IDP de US$ 80 bilhões para US$ 65 bilhões. “A projeção de US$ 65 bilhões é praticamente uma tendência dos ingressos observados até agosto”, justificou. “A revisão para o IDP é influenciada pelo que temos observado.”

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A diminuição, de acordo com ele, não é casual. Ao mesmo tempo que diminuiu a estimativa para o IDP, o BC também revisou para baixo sua previsão para o déficit da conta corrente em 2015 e ressaltou que 100% do rombo será financiado pelo IDP. “O câmbio flutuante traz equilíbrio às contas externas”, resumiu.

Balança

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O chefe do Departamento Econômico do Banco Central afirmou que a balança comercial teve impacto importante na previsão menor de déficit em transações correntes, com um ganho de US$ 9 bilhões. “A taxa de cambio é fundamental pra explicar esse comportamento desses últimos meses”, ponderou Maciel. Questionado sobre a taxa de câmbio de referência usada para essas projeções, o técnico do BC afirmou que para se fazer essas previsões é preciso projetar uma taxa e por isso ele não poderia divulgar o valor.

Taxa de rolagem

O Banco Central manteve a perspectiva de uma taxa de rolagem de 100% para o fim do ano. Segundo Maciel, essa porcentagem é conservadora e os dados parciais de setembro indicam, na avaliação dele, uma taxa maior.

Até 18 de setembro, a parcial mostra taxa de rolagem total em 225%, sendo 238% para papéis e 213% para empréstimos diretos. “Na medida que a amortização diminui, temos taxas de rolagens mais elevadas”, observou Maciel. Ele também apresentou dados parciais para ações e renda fixa: o primeiro apresentou ingresso de US$ 559 milhões e o segundo saída de US$ 1,971 bilhão.