economia

Concorrência por pré-sal de Campos deve engordar caixa da união

A 14ª Rodada de Licitações de áreas para exploração de petróleo e gás natural, que o governo vai realizar em setembro, contará com um bloco de pré-sal na Bacia de Campos que o governo de Dilma Rousseff retirou do último leilão, em 2015, para entregá-lo no futuro à Petrobras. Em crise e de olho no bônus que será pago pelas petroleiras ainda em dezembro deste ano, o governo conta com a concorrência pela área para engordar o caixa do Tesouro no curto prazo.

“O que chama atenção é a extensão e proeminência” do bloco, que possui características similares às de descobertas na Bacia de Santos, segundo o geólogo da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) Ronan Ávila. Em seminário técnico para apresentar as características das áreas que serão ofertadas 14ª Rodada, ele informou que a expectativa da agência é que haja 16 bilhões de barris de óleo nos dez blocos que serão oferecidos na Bacia de Campos, o que equivale a cerca de 3 bilhões de barris recuperáveis.

Na Bacia de Campos, serão leiloados dois setores, que juntos reúnem os dez blocos. Entre eles, a principal aposta está concentrada no setor SC-AP3, com destaque para o bloco 346, que possui a “estrutura mais proeminente” da região, de acordo com Ávila. Foi exatamente essa área que a ex-presidente Dilma mandou resguardar para a Petrobras por considerá-la muito promissora, segundo fonte do governo.

Inicialmente, os técnicos do governo, ainda no governo Dilma, avaliaram que havia na região um único grande reservatório. Hoje, a percepção é que o setor SC-AP3 é formado por um conjunto de acumulações de menor porte. O esperado é que a área tenha potencial semelhante ao do campo de Carcará, localizado no pré-sal Bacia de Santos, cuja operação foi recentemente vendida pela Petrobras à norueguesa Statoil. Carcará é considerada uma das principais descobertas já feitas pela Petrobras no pré-sal, porém, em dimensões menores do que as áreas de Libra e Lula, também na Bacia de Santos.

Além dos blocos da Bacia de Campos, executivos de grandes petroleiras ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, declararam interesse em áreas das bacias de Santos, Espírito Santo e Sergipe-Alagoas, todas em águas profundas. Durante o seminário técnico da 14ª Rodada, outro geólogo da ANP, Ildeson Prates Bastos, afirmou que a agência não descarta a existência de reservatórios de pré-sal na Bacia de Santos, embora esse não tenha sido foco de estudo.

Para o conjunto de 76 blocos oferecidos em Santos há projeção de 22 bilhões de barris de óleo in place, dos quais 20% recuperáveis. No seminário, o geólogo da ANP destacou um grupo de blocos de águas rasas vizinhos e com características semelhantes às do campo de Baúna, um dos 20 maiores produtores na região de pós-sal.

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