A desigualdade dos Produtos Internos Brutos (PIBs) dos municípios paranaenses reduziu pouco entre 1996 e 2007. É o que se pode concluir a partir dos números divulgados ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em seu estudo “Desigualdade da Renda no Território Brasileiro”.

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O documento apontou que o índice de desigualdade (chamado coeficiente de Gini) caiu de 0,82 para 0,80 (1,6% apenas), mantendo o Estado com a maior desigualdade entre os municípios na Região Sul e com o quinto pior índice do País, junto com outros três estados.

Na pesquisa, o Ipea levantou a parcela de contribuição de cada município brasileiro no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O índice de Gini é calculado em uma escala de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade.

O estudo também mostrou que o PIB paranaense evoluiu 2,85% por ano, também entre 1996 e 2007. No mesmo período, a desigualdade era reduzida em apenas 0,14% ao ano.

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Por outro lado, se avaliado o PIB per capita, houve evolução significativa no Estado, com o índice caindo de 0,27 para 0,24 -ou seja, a desigualdade, sob esse aspecto, foi reduzida em 10,5%.

A média nacional, nessa comparação, foi de uma queda de 5,5%. Os estados da região Norte foram os que tiveram maior queda no grau de desigualdade dos PIBs per capita, com Roraima liderando (67,1%). Santa Catarina (24,4%) e Rio Grande do Sul (12,9%) também tiveram melhoras mais expressivas que a do Paraná.

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Em geral, o estudo do Ipea concluiu que, apesar da queda na concentração de renda no Brasil, ainda é expressiva a desigualdade territorial na geração de riqueza do País, com um número reduzido de municípios respondendo pela maior parte do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Em 2007, por exemplo, os municípios entre os 10% mais ricos participavam com 78,1% do PIB nacional. Já os municípios entre os 40% mais pobres registravam uma participação de apenas 4,7%.

A partir da segunda metade da década de 1990, em plena fase de estabilidade monetária, o grau de concentração dos PIBs municipais caiu levemente (baixa de 2%). Com isso, o índice de Gini passou de 0,88 em 1996 para 0,82 em 2007.

Nordeste

Pelo estudo, entre 1996 e 2007 a desigualdade caiu mais na Região Nordeste (baixa de 4,8%), com o coeficiente de Gini passando de 0,84 para 0,80. Em seguida aparecem o Norte do País, com queda de 3,6% (de 0,83 para 0,80) e o Sul, com 2,5% (de 0,81 para 0,79).

A desigualdade caiu 1,2% no Centro-Oeste, com o índice de Gini passando de 0,86 para 0,85. Por fim, o Sudeste registrou redução de 1,1%, de 0,90 para 0,89. Os autores do trabalho defendem que a grande diferença existente na participação dos municípios na formação do PIB precisa ser enfrentada.

“A descentralização do gasto público, iniciada originalmente pela Constituição Federal de 1988, deveria avançar ainda mais, bem como o fortalecimento da desconcentração dos investimentos em infraestrutura produtiva, promovido por políticas [públicas], como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)”, avaliaram.