A safra brasileira de grãos 2009/10 deve alcançar 141,35 milhões de toneladas, o que pode representar o segundo melhor resultado de todos os tempos no País. Isso é o que mostra o quarto levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), anunciado hoje. O desempenho é 4,6% superior, ou 6,21 milhões de toneladas a mais, do que as 135,13 milhões de toneladas da temporada anterior. A maior colheita registrada até agora é de 144,1 milhões de toneladas, em 2007/08. Já em relação ao levantamento da Conab do mês anterior (140,60 milhões de toneladas), o crescimento é de 0,53%.
De acordo com os técnicos da Conab, a estimativa favorável pode ser atribuída às boas condições climáticas ocorridas durante o desenvolvimento dos grãos (algodão, arroz, feijão primeira safra, milho primeira safra e soja), nos meses de outubro a dezembro. Segundo a Conab, o plantio está praticamente concluído. O aumento da produção é decorrência, principalmente, da recuperação das lavouras de milho primeira safra e da soja. Os técnicos explicam que essas culturas sofreram com a estiagem na safra passada, em particular nos Estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.
No caso específico da soja, a pesquisa confirma que a oleaginosa é a cultura que mais cresce no País, totalizando produção de 65,16 milhões de toneladas, 14% ou 7,99 milhões de toneladas a mais que as 57,17 milhões de toneladas produzidas em 2008/09. Conforme a Conab, se não houver alterações significativas no clima nos próximos meses, a produção de soja será recorde. Outra cultura que registra crescimento, mesmo com redução de área, é o feijão primeira safra. A produção está estimada em 1,456 milhão de toneladas, com aumento de 8,3% (111,1 mil de toneladas ante 2008/09), resultado da recuperação da produtividade prejudicada no ano passado pela estiagem, especialmente no Paraná.
Em contrapartida, a primeira safra de milho deve apresentar queda, para 32,347 milhões de toneladas, com redução de 3,9% (1,31 milhão de toneladas). A safra total de milho está estimada em 50,488 milhões de toneladas, queda de 1% ante o período anterior. A produção de algodão deve recuar 1,2% (ou 22 mil toneladas), para 1,869 milhão de toneladas. O arroz deve apresentar queda de 4,6% (ou 572,3 mil de toneladas) e a Conab observa que a semeadura do cereal ainda não foi finalizada no Rio Grande do Sul, por causa do excesso de chuvas. O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, vai detalhar os resultados da pesquisa durante entrevista coletiva, em Brasília, a partir das 10 horas.