A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para baixo sua estimativa de produção para a soja. No sexto levantamento de safra, divulgado nesta quinta-feira, a Conab prevê a colheita de 82,064 milhões de toneladas de soja, volume 1,63% (1,360 milhão de toneladas) abaixo dos 83,424 milhões de toneladas estimadas na pesquisa divulgada no mês passado. A projeção da Conab ainda é de colheita de uma safra recorde de soja, volume 23,6% acima dos 66,383 milhões de toneladas colhidas na safra passada.
A principal revisão nos números da soja da Conab ocorreu para a região Nordeste. A estimativa recuou em 1,073 milhão de toneladas (-10,9%), passando de 9,832 milhões de toneladas em fevereiro para 8,758 milhões em março. A Conab rebaixou as previsões para os três principais estados produtores nordestinos, com destaque para a Bahia, com retração de 615,3 mil toneladas (-16%), para 3,845 milhões de toneladas. Para o Piauí, houve redução de 360,6 mil toneladas (-22,0%) para 1,279 milhão de toneladas, e para o Maranhão, de 97,7 mil toneladas (-5,4%) para 1,704 milhão de toneladas.
Os números da Conab neste mês também foram menores para a região Centro-Oeste, que apresenta recuo de 616,3 mil toneladas (-1,49%) em relação aos dados de fevereiro, com estimativa de produção de 39,036 milhões de toneladas. A queda mais expressiva foi apontada para o Mato Grosso do Sul, com retração de 302,5 mil toneladas (-5,0%) para 5,749 milhões de toneladas. A estimativa para Mato Grosso reduziu em 289,3 mil toneladas (-1,18%) para 24,158 milhões de toneladas.
A Conab elevou sua estimativa para a Região Sul em 251,3 mil toneladas (+0,87%) e prevê colheita de 29,084 milhões de toneladas. O destaque é o Paraná, que teve aumento de 1,87% (mais 282,6 mil toneladas) na estimativa em relação ao mês passado e deve colher 15,357 milhões de toneladas. Para o Rio Grande do Sul, a previsão se manteve estável em 12,193 milhões de toneladas e, no caso de Santa Catarina, reduziu em 31,3 mil toneladas (-2,0%) para 1,538 milhão de toneladas.
Os técnicos da Conab explicam que na Região Sul a escassez de chuvas no sudeste do Paraná, oeste de Santa Catarina e noroeste do Rio Grande do Sul, em fins de dezembro do ano passado e em janeiro deste ano, coincidindo com estágios importantes no desenvolvimento da oleaginosa, causaram perdas na produtividade. Entretanto, dizem eles, a boa distribuição das chuvas nas demais regiões do Paraná contribuiu para os bons níveis de produtividade de 3.260 kg/ha, a maior do País.
Segundo os técnicos, no caso da Região Centro-Oeste, principalmente Mato Grosso, as chuvas excessivas de janeiro e fevereiro atrasaram a colheita da soja e o plantio do milho segunda safra, o que provocou perdas na qualidade. Na região conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), “em Tocantins o desenvolvimento das lavouras vem respondendo às boas condições climáticas, na parte leste do Maranhão há perdas de produtividade devido ao clima adverso”. Eles relatam que no Piauí e na Bahia as chuvas foram de pouca intensidade e mal distribuídas em janeiro e fevereiro, situação que está gerando perdas expressivas na produtividade.