A Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) vai lançar o Prêmio de Escoamento do Produto (PEP) para o feijão para enxugar a produção nos estados produtores onde o preço pago ao produto caiu abaixo do preço mínimo. O Paraná é o maior estado produtor e um dos mais penalizados com a queda nas cotações. Nos últimos quatro meses, os preços pagos aos produtores caíram 54%, segundo acompanhamento do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento.
O superintendente da Conab no Paraná, Lafaete Jacomel, afirmou que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento vai ofertar R$ 39 milhões para as indústrias comprarem o feijão nos estados produtores e levar a mercadoria para outros estados consumidores. Jacomel disse que a data do leilão e o valor do prêmio ainda estão indefinidos. Mas ele salienta que a informação sobre liberação do PEP é importante para os agricultores se organizarem para vender os lotes de feijão para as empresas, assim que as regras forem divulgadas.
Os recursos serão aplicados no pagamento de prêmio à empresa que comprar o feijão no Paraná ou outro estado produtor, pagar o preço mínimo de R$ 80,00 a saca de 60 quilos ao produtor e entregar em outras regiões não produtoras. “A Conab fará o pagamento assim que a empresa comprovar a entrega da produção de feijão nos estados consumidores”, explicou Jacomel.
Para o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, a medida atende a reivindicação do Paraná, que recentemente enviou pedido ao Ministério da Agricultura para intervir na comercialização do feijão, que está desestimulando o produtor. Conforme a previsão do Deral, este ano a safra das águas deverá ser em torno de 11% maior do que a safra anterior. A expectativa é que sejam produzidas 542 mil toneladas de feijão na safra das águas 2010/11, contra 490 mil toneladas produzidas em igual período do ano passado.
Até agora, foram comercializadas 39% da produção prevista para a safra das águas 2010/11. Com isso, imagina-se que o PEP será feito para os 60% restantes da safra que ainda está nas mãos dos produtores no Paraná, informou o engenheiro agrônomo Carlos Alberto Salvador, do Deral. Com a retirada de parte desses estoques, certamente os preços voltam a se estabilizar num patamar melhor ao produtor, acredita o técnico.
Em outubro do ano passado, o produtor vinha recebendo uma média de R$ 127,55 a saca de 60 quilos pelo feijão de cor. Atualmente, o produto está cotado a R$ 60,61 a saca ao produtor, uma queda de 52%. O feijão preto teve uma queda de 30%. O produtor recebeu em média R$ 88,09 a saca de 60 quilos e hoje a cotação caiu para R$ 61,88 a saca de 60 quilos.