Brasília (AE) – Diante do fracasso das negociações para a formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e do impasse criado no acordo entre Mercosul e União Européia (UE) restaram os países do Sul. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se ontem com o presidente do conselho de representantes permanentes do Mercosul, Eduardo Duhalde, para discutir formas de acelerar os acordos de integração em andamento na América do Sul e chegar ao fim do ano com um grande bloco, que se chamaria Comunidade Sul-Americana ou União da América do Sul. Ela reuniria todos os países da região, com exceção talvez de Suriname e Guiana, que já fazem parte da Comunidade do Caribe (Caricom).
“A questão fundamental é fechar os acordos de livre comércio e o presidente Duhalde tem todo apoio do presidente Lula para se dirigir aos outros presidentes para acelerar os entendimentos”, disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. “Se não conseguirmos firmar um acordo, a credibilidade de um projeto maior fica abalada. Por isso, é necessário ter todo impulso político.”
Um exemplo de acordo que precisará ser acelerado é o do Mercosul com os países da Comunidade Andina (CAN), formada por Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. Embora tenha sido anunciado em dezembro, ele até hoje não foi concretizado. Para tentar fechá-lo, está marcada uma reunião de cúpula dos presidentes dos dois blocos para o início de novembro, em Ayacucho, no Peru. Amorim disse que faltam resolver detalhes burocráticos e a idéia é Duhalde atacar essas pendências.