Os comerciantes usaram a criatividade para atrair os últimos consumidores ontem, na véspera do Dia das Crianças. Músicas, bexigas, oficinas de pintura e piscina de bolinha eram alguns dos atrativos nas vitrines das lojas. Quem deixou a compra para a última hora teve que ter paciência para procurar o melhor preço e enfrentar longas filas.
Graciele Sibila Feistauer, 23 anos, percorreu várias lojas até encontrar os presentes para o filho e o sobrinho. Na avaliação dela, os brinquedos não estavam muitos caros, mas foi necessário paciência para pesquisar. Conseguiu agradar as crianças com presentes de R$ 6.
Já Andirá Rodrigues Macedo, 41 anos, não precisou andar muito para encontrar o que queria. Ela gastou em torno de R$ 110 com cada um dos dois sobrinhos. “Além de brinquedos, estou levando roupas”, conta. Para ela, o preço dos produtos nas lojas estava dentro do esperado.
No centro da cidade, as lojas que apresentavam maior movimento eram aquelas que vendiam produtos populares. A preferência dos consumidores por preços mais em conta poderia ser comprovada também pelo lucro dos vendedores ambulantes. Sueli Aparecida de Souza Silva estava comercializando brinquedos de fazer bolinha de sabão a R$ 4,00 cada. “Ano passado vendi 150 o dia todo. Este ano consegui isto só pela manhã”, comemora.
Os estabelecimentos que vendiam produtos mais caros também tinham movimento superior aos dias normais, mas as vendas não animaram muito os comerciantes. Na loja Osires Gava, a gerente Sueli Santos disse que ia ficar contente se conseguisse vender pelo menos o que conseguiu no ano passado. “Para muitos pais, R$ 20 já é caro. Na loja temos brinquedos de R$ 24 a R$ 1 mil”, justifica.
A estimativa da Associação Comercial do Paraná (ACP) era de que o comércio vendesse 4% a mais do que o ano anterior. A previsão inicial era de 6%, mas com a alta do petróleo o preço do plástico subiu, diminuindo a expectativa. Mesmo assim, o vice-presidente de serviço da ACP, Élcio Ribeiro, afirma que os números são positivos para o comércio, já que o setor vem apresentando crescimento consecutivo há três anos. Pela ACP, a média de preço dos presentes deve ficar em R$ 30,00.
Élcio anima os lojistas. Segundo ele, o movimento do Dia das Crianças serve para dar idéia sobre o volume de vendas no fim do ano. “O comércio deve faturar 8% a mais do que no ano passado”, prevê.