A reunião de política monetária do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) de 31 de outubro e 1º de novembro foi marcada por tensões em relação ao programa de compras de bônus da instituição, uma vez que alguns dirigentes mostraram-se preocupados com sinais de que o banco central japonês possa desacelerar o programa, segundo a ata do encontro.
O centro da discussão foi a linguagem do comunicado do BoJ sobre o grau de seu compromisso em manter as compras de bônus do governo japonês (JGBs) num ritmo anual de 80 trilhões de ienes (US$ 680 bilhões), revela o documento, que foi divulgado nesta segunda-feira (pelo horário local).
As compras tornaram-se secundárias na estratégia do BoJ em setembro, quando o BC japonês adotou uma nova política com o objetivo de manter os juros dos JGBs sob controle.
Alguns dos nove dirigentes do comitê de política monetária do BoJ argumentaram que remover a referência ao número de 80 trilhões de ienes “poderia ser uma sinalização errada para o mercado”, afirma a ata. Esses mesmo dirigentes defenderam que o BoJ “deveria manter essa diretriz e conduzir as compras de JGBs de maneira flexível”.
Um dirigente, contudo, sugeriu que o BoJ “deveria atribuir menor importância” ao número de 80 trilhões de ienes “no momento apropriado”, visto que a instituição havia mudado sua meta operacional para taxas de juros.
Em setembro, o BoJ decidiu estabelecer meta de juro zero para o JGB de 10 anos, além da taxa de depósitos de -0,1% que já estava em vigor desde fevereiro.
Outro dirigente defendeu que o BoJ mantenha o juro de 10 anos em zero quando as taxas de juros sofrerem pressão de alta. Essa mesma autoridade opinou ainda que se a economia sofrer “choques negativos”, o BoJ deveria manter o ritmo anual de compras de 80 trilhões de ienes e, se necessário, permitir que o rendimento do JGB de 10 anos caia abaixo de zero.
A ata não identifica os dirigentes do BoJ por nome. Fonte: Dow Jones Newswires.