As compras de aço plano pela rede de distribuição em julho subiram 5% na relação anual para 234,9 mil toneladas, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). Em relação ao mês imediatamente anterior houve alta de 2,3%.
Já as vendas da rede cresceram 5,7% em julho na relação anual, para 265,2 mil toneladas. Na comparação com junho, o aumento foi de 18,8%.
Com isso, os estoques de aço na rede foram para 3,5 meses, com uma queda de 3,2% ante o mês imediatamente anterior, para um volume de 925,7 mil toneladas, registrando a primeira queda de volumes neste ano, ainda de acordo com a entidade.
As importações tiveram forte alta de 200,5% para 117,9 mil toneladas, ante o mesmo mês do ano passado, segundo o Inda. Em relação a junho as importações foram 15,2% maiores. Esse crescimento é impulsionado principalmente pelas compras externas de zincados.
Para agosto a projeção da entidade é de aumento de 5% nas compras e nas vendas.
Apesar dos números mais positivos em julho em vendas de aço, dificilmente a rede de distribuição terá um desempenho melhor do que a queda projetada em 5% neste ano em relação ao ano passado, disse o presidente do Inda, Carlos Loureiro.
Prêmio
O prêmio do aço plano no Brasil, que é a diferença de preço entre o aço importado e o nacionalizado, está hoje entre 3% e 4%, informou Loureiro. Neste mês as siderúrgicas anunciaram novos aumentos, depois de elevarem os preços em julho.
A Gerdau, que ainda não tinha anunciado ajuste, irá aumentar o preço do aço plano (bobina a quente e chapas grossas) em 12,9%, a partir do dia 4 de setembro. Antes da Gerdau, CSN, Usiminas e ArcelorMittal já haviam anunciado ajustes.
O executivo disse ainda que houve um espaço para elevação dos preços no mercado interno por conta do aumento dos valores no mercado externo, em especial da China, na esteira da elevação os preços do carvão e minério de ferro.
Loureiro afirmou que o aumento do preço recém-anunciado, diante deste cenário, deve ser implementado de fato. “Mas as empresas devem ter disciplina. Elas precisam buscar margem e não brigar pelo mercado”, disse.
Olhando o cenário externo, a percepção é de que depois do forte aumento de preços na China, uma grande elevação não é esperada. “É mais provável ceder do que subir mais”, disse.