As compras de aço da rede de distribuição nas siderúrgicas em maio caíram 3% em relação ao mesmo período do ano passado, para 224,4 mil toneladas, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira, 19, pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). Em relação ao mês de abril houve um recuo de 15%, sendo uma das causas os efeitos da greve dos caminhoneiros.
Esse levantamento inclui chapas grossas, laminados a quente, laminados a frio, chapas zincadas a quente, chapas eletrogalvanizadas, chapas pré-pintadas e galvalume.
Já as vendas de aço plano no mês passado caíram 15,8% na relação anual, para 203 mil toneladas. No comparativo mensal o recuo foi de 9,8%.
Com esse desempenho, os estoques da rede subiram 2,3%, somando 947,3 mil toneladas. O giro de estoques subiu e foi a 4,7 meses.
As importações dos distribuidores caíram 1,2% em maio ante o mesmo mês do ano anterior, para 110,5 mil toneladas. Em relação a abril as importações subiram 13,2%.
Para junho, a projeção da entidade é de que tanto as compras como as vendas subam cerca de 15% ante maio.
Greve
A greve dos caminhoneiros em maio cristalizou uma reversão das expectativas no País, disse o presidente do Inda, Carlos Loureiro. Para a rede de distribuição, as vendas em maio foram bastante afetadas e o número do mês só não foi pior, segundo o executivo, porque o ritmo de vendas vinha aquecido antes da greve.
A venda por dia útil da rede de distribuição foi de 9,2 mil toneladas em maio, o pior desempenho desde dezembro de 2015, quando foi de 8,6 mil toneladas.
Outro efeito da greve, citou, foi o aumento dos estoques, com o giro para as vendas subindo para 4,7 meses. O único produto em que os estoques não estão elevados é o zincado.
Projeções
O Inda não deverá revisar sua estimativa para crescimento das vendas do aço em 2018 em relação ao ano passado, de 5%, por conta da greve dos caminhoneiros e a atual conjuntura. “A projeção é de crescimento do setor automotivo e do setor agrícola. Com um PIB de 1,5% é possível manter a projeção”, afirmou Loureiro.
Preços
Considerando o atual nível de preços do dólar em relação ao real e os valores do aço no mercado internacional, pode haver espaço para uma nova rodada de aumento de preços pelas siderúrgicas brasileiras, afirmou o presidente do Inda. Os preços no mercado doméstico, neste momento, estão mais baixos do que os vistos no mercado externo.
O desconto dos preços é visto mesmo após os aumentos implementados pelas siderúrgicas, que foram de 10% a 12%, dependendo do produto, disse o executivo. Os ajustes, programados para o início de junho, foram em alguns casos postergados, tendo em vista os atrasos dos embarques provocados pela greve dos caminhoneiros.