As compras de aço pela rede de distribuição em julho subiram 3% em relação ao mesmo mês de 2015, totalizando 223,8 mil toneladas, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira, 23, pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda). Em relação a junho, no entanto, as compras registraram queda de 10,1%. Esse volume inclui chapas grossas, laminados a quente, laminados a frio, chapas zincadas a quente, chapas eletro-galvanizadas, chapas pré-pintadas e gavalume.
Já as vendas de aços planos realizadas pela rede de distribuição alcançaram 250,8 mil toneladas no mês passado, o que significou um recuo de 1,8% ante julho de 2015. Na comparação com junho a queda foi de 4,1%. A projeção da entidade era de que tanto as vendas como as compras ficassem em julho estáveis ante junho.
Com esse desempenho, os estoques da rede de distribuição ficaram em 871,8 mil toneladas em julho deste ano, o que representou um aumento de 0,7% na relação mensal. De acordo com a entidade, esse aumento ocorreu devido à recontagem de estoques, que ocorreu no início de agosto. O giro dos estoques ficou em 3,5 meses em julho ante 3,3 em junho.
As importações da rede caíram 73,6% na relação anual, para 39,2 mil toneladas em julho. Ante junho, por outro lado, as importações tiveram alta de 35,8% ante o mês imediatamente anterior.
Para agosto, o Inda projeta que tanto as vendas quanto as compras cresçam 2% na relação mensal.
Atrasos
Atrasos na entrega de produtos siderúrgicos pela Usiminas e pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) explicam a queda das compras da rede de distribuição em julho em relação a junho, disse o presidente do Inda, Carlos Loureiro, em coletiva de imprensa. Segundo ele, em agosto essas entregas já começaram a ser normalizadas.
Loureiro citou que as usinas receberam em atraso a venda de placas e esse fator afetou as entregas aos distribuidores. As compras de aço pela rede de distribuição em julho subiram 3% em relação ao mesmo mês de 2015, totalizando 223,8 mil toneladas, de acordo com dados divulgados hoje pela entidade. Em relação a junho, no entanto, as compras registraram queda de 10,1%.
A Usiminas, que no início do ano parou sua atividade primária em Cubatão, na Baixada Santista, está demandando placas de terceiros para a laminação.
Previsão
A queda das vendas da rede de distribuição neste ano deverá ficar entre 6% e 7% em relação ao observado no ano passado, disse Loureiro. De janeiro a julho o recuo das vendas dos distribuidores chegou a 6,9% para 1,809 milhão de toneladas.
O executivo destacou que no primeiro trimestre deste ano a previsão era de queda superior a 10% ante o volume de vendas realizado no ano passado, mas que neste segundo semestre as vendas “pararam de piorar”, apesar de ainda não haver melhora, disse. Nos três primeiros meses deste ano a queda das vendas no comparativo anual era na casa de 20%, destaca o executivo.
O presidente da entidade disse que a melhora tende a vir ainda no segundo semestre, visto que o mesmo período do ano passado já foi fraco para o setor.
Importações
O prêmio do aço nacional em relação ao chinês entregue no País está hoje na casa de 10%, considerando uma taxa de câmbio de R$ 3,20. Apesar desse aumento do spread, o presidente do Inda não vê risco para grande crescimento das importações.
O produto que está apresentando um prêmio maior, destacou o executivo, é o aço galvanizado, hoje em cerca de 15%. Esse produto inclusive, vem reportando um maior nível de importação, frisou. “A importação, além de prêmio, exige mercado”, disse.
Sobre os preços no mercado internacional, Loureiro identifica dois movimentos distintos, com uma ligeira queda nos Estados Unidos, mas de alta na China. Segundo ele, não deverá haver risco de queda de preços no curto prazo no mercado chinês, visto que as empresas estão em um movimento de recomposição de margens.