Se você é homem, solteiro e com idade até 25 anos, prepare o bolso na hora de pegar o seguro do carro. O mesmo vale para homens divorciados, com faixa etária de 40 anos. Já se você é mulher a apólice deverá ter descontos vantajosos, que variam de 3% a 35%, dependendo do perfil da segurada. Além disso, essa categoria pode agregar outras vantagens, pois lidera a contratação de seguros – algo em torno de 30% a 40% do mercado.
A diferença na tabela de valores é feita com base em estatísticas que indicam dados comportamentais, explica o responsável pela área de automóveis da Seguradora Unibanco, Emerson Bernardes. Segundo ele, esse tipo de cálculo é comum a todas as companhias. “Isso é feito desde 96, e é usado como base de cálculo, podendo existir algumas variações dependendo da empresa”, comentou. Bernardes ressaltou que o foco da empresa hoje são mulheres acima de 30 anos e homens casados com mais de 36 anos. Essas duas categorias tem índices de sinistros menores, o que acaba sendo uma vantagem para a companhia.
Dentro das estatísticas, o valor do seguro tende a cair dos 21 a 65 anos, porém, os motoristas com mais de 70 anos pagam mais pela apólice. O homem na faixa dos 40 anos, casado, também paga menos. Mas se ele se divorciar, o valor do seguro será majorado. Bernardes explica que, dentro das estatísticas, o risco desse motorista sofrer uma ocorrência com o veículo aumenta 15%, e ele deverá pagar o mesmo valor de um jovem de 21 anos. “A explicação é que ele passa a ter comportamento semelhante ao jovem, sai mais de casa, e está mais sujeito a ocorrências”, disse.
As mulheres são as privilegiadas entre as companhias devido seu comportamento no trânsito. “A mulher ganha desconto maior porque bate menos o carro do que o homem. A lógica para isto é que se o risco de sinistro é menor, o preço do seguro também é”, afirmou o presidente do Sindicato das Seguradoras do Paraná (Sindiseg), João Gilberto Possiede. Ele complementou dizendo que as motoristas também são mais cautelosas, e quando se envolvem em acidentes, os danos geralmente são menores. O presidente do Sindiseg esclareceu que as mesmas regras valem para seguros de residências e vida. “Tudo é estatístico”, comentou.
Faturando
De acordo com João Gilberto Possiede é possível fazer seguro para qualquer coisa que se imagina, “desde as mãos de um pianista, aos pés da bailarina, até a realização de um espetáculo”. Possiede relembra um fato curioso, quando em 1996 ele fez o seguro do transporte de uma girafa do Rio Grande do Sul até o Paraná. “Ninguém acreditava que seria possível, no entanto conseguimos isso para que tudo ocorresse com segurança”, afirmou. Atualmente um dos maiores contratos de seguros em vigência no Brasil é a apólice que garante a concessão das rodovias Anhanguera/Bandeirantes (SP), avaliado em R$ 430 milhões.
A projeção de crescimento para o mercado de seguros em 2003, segundo a Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg) é de 26,7%. O faturamento dos setor – sem levar em conta o ramo saúde – deverá ser de R$ 30,16 bilhões. O setor de destaque é o VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livre). O produto superou no mês de julho seu recorde de arrecadação, atingindo R$ 654 milhões.
Outro produto que está ganhando destaque no mercado é o Seguro de Garantia de Cumprimento de Contrato, que só em 2002 faturou R$ 164 milhões. A Seguradora J. Malucelli, de Curitiba, é a líder nacional nesse segmento com 41% do mercado. Apesar desses números positivos – que só em 2001 movimentaram R$ 7,4 trilhões na economia do Brasil -, o país ocupa a 24ª posição no ranking mundial de seguros.
