Cerca de 250 trabalhadores estão reunidos desde as 6 horas desta sexta-feira nas imediações do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em greve por melhoria salariais e, principalmente, contra o sindicato que os representa, o Sinticom. Policiais do 35º e do 71º batalhões da Policia Militar e do Departamento de Polícia Rodoviária (DPRV) acompanham o movimento, com lança-bombas de efeito moral.
Manifestantes tentam bloquear a passagem de ônibus com trabalhadores, caminhões de abastecimento e carros corporativos entrando na Rodovia RJ-116, que dá acesso ao Comperj. Há empresas deixando trabalhadores nas imediações, para não cair no bloqueio.
O protesto segue sem conflito, apesar do clima tenso. Operários disseram que o número de manifestantes está mais reduzido hoje do que na quinta-feira, 6, pois algumas empresas liberaram trabalhadores, seja para enfraquecer o movimento ou por folgas já programadas.
Um dos lideres do protesto, Samuel Souza, reclama que trabalhadores são descontados pelo sindicato, mensalmente, entre RS 30 e RS 60, além do desconto de um dia de trabalho para o sindicato já previsto por lei. “Numa média de RS 45 por mês e 25 mil funcionários, imagina quanto não dá isso?”, disse.
Os operários acusam o sindicato de sabotar a negociação salarial em prol dos consórcios de empresas contratadas pela Petrobras para erguer o complexo. Disseram que o Sinticom não convocou assembleia de trabalhadores para discutir o dissídio.
Maria de Lourdes Rodrigues, sindicalista e soldadora aposentada, diz que o dissídio venceu em 1º de fevereiro. “Depois de 28 de fevereiro, vira greve abusiva, tem de aceitar o que o patrão quer”, disse ela, da oposição metalúrgica de Niterói.