Empresas multinacionais têm se visto de repente em dificuldades, no momento em que a China recua do esforço para tornar o yuan uma moeda global, preocupada com o risco de que isso acelere a fuga de capital do país. Nos últimos dias, segundo banqueiros e autoridades familiarizadas com a situação, o regulador de câmbio chinês instruiu os bancos a limitar fortemente quanto as companhias podem retirar do país para suas outras operações pelo mundo.

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Até esta semana, era possível para as grandes companhias movimentar o equivalente a US$ 50 milhões em yuans para dentro ou fora da China com pouca documentação. Agora, segundo as fontes, o limite é equivalente a US$ 5 milhões, muito pouco para as maiores corporações.

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Pequim luta contra um ciclo vicioso de saída de capital que enfraquece o yuan. O gabinete chinês, o Conselho Estatal, quer fortalecer o controle sobre aquisições no exterior de companhias do país, informou na semana passada o Wall Street Journal, o que pode levar a atrasos ou ao cancelamento de transações. Até agora, poucas das medidas de controle de capital da China tinham como objetivo claro os negócios no exterior.

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As medidas recentes na prática diminuem o apelo do yuan como uma moeda rival do dólar, dois meses após o Fundo Monetário Internacional (FMI) acrescentar a divisa chinesa entre suas moedas de reserva, em 1º de outubro. O FMI avaliava que isso levaria a China a reduzir seu controle sobre o yuan.

Autoridades demonstraram estar alarmadas com o crescente montante de dinheiro que deixa o país. Algumas empresas têm movimentado yuans para Hong Kong, onde a moeda pode ser negociada livremente.

O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) não respondeu aos pedidos de comentário sobre o assunto. As autoridades chinesas culpam a desvalorização do yuan sobretudo ao fortalecimento do dólar, que se acelerou após a eleição de Donald Trump na disputa presidencial. Após tocar mínimas não vistas desde meados de 2008, o yuan cai agora 6,2% ante o dólar até agora neste ano. Fonte: Dow Jones Newswires.