Foto: Cíciro Back/O Estado |
Luiz Carlos Meinert: nada com que se preocupar. |
O presidente da Companhia Paranaense de Gás (Compagás), Luiz Carlos Meinert, afirmou ontem durante coletiva à imprensa que não há motivo para os consumidores paranaenses se preocuparem com a falta de gás natural. ?Ficou assegurado (pela diretoria da Petrobras e pelo presidente Lula) que o fornecimento de gás natural não será interrompido, nem de alguma forma alterado?, garantiu.
Para o presidente da Compagás, ainda é muito cedo para especular sobre possíveis racionamentos e a alta do preço do produto. ?Só temos uma certeza: os preços não baixarão. O resto é especulação neste momento?, disse apenas.
Segundo ele, ?o momento é de cautela e de aguardar o desenrolar dos acontecimentos.?
O Paraná depende 100% do gás da Bolívia. A Compagás distribui 750 mil metros cúbicos de gás natural diariamente, sobretudo para a indústria, que soma 90 clientes.
Setor da cerâmica
A indústria da cerâmica e porcelana instalada em Campo Largo, que utiliza o gás natural como principal fonte de energia, está apreensiva com a decisão do governo boliviano. ?Nós do Paraná já pagávamos o gás mais caro do Brasil. Agora, o preço deve subir ainda mais?, reclamou o vice-presidente do Sindicato da Indústria de Vidros, Cristais, Espelhos, Cerâmicas, Louças e Porcelana no Paraná (Sindilouças-PR), José Maria Arruda Botelho.
Segundo ele, o setor ainda não foi informado sobre qualquer alteração por conta da nacionalização dos campos de petróleo da Bolívia. ?Agora ficamos nessa incerteza: quando e quanto vamos pagar. Para nós é uma grande preocupação?, afirmou. De acordo com Botelho, fábricas que não tinham desmontado as instalações de GLP (gás liquefeito de petróleo, o gás de cozinha), estão procurando se abastecer e fazer uma reserva de combustível. Elas são a minoria, no entanto. ?A idéia, de que o gás natural seria uma melhor opção, foi vendida pela Petrobras. Com isso, a maioria acabou destruindo as instalações de GLP?, explicou. ?Agora estamos muito preocupados.?