A Companhia Paranaense de Gás (Compagas), empresa responsável pela distribuição de gás natural no Paraná, entra em 2004 com a missão de ampliar o mercado do combustível no Estado, em especial no segmento residencial. A previsão é que o número atual de três edifícios consumindo gás natural em Curitiba pule para mais de 200 até o final do ano. Com isso, a empresa vai fazer com que a capital consolide sua posição como a terceira cidade do país a contar com um projeto completo de rede de distribuição de gás natural residencial.
Hoje, a rede residencial está disponível apenas para os edifícios do Ecoville, na região do Campo Comprido. Já no início de 2004, a Compagas vai iniciar o fornecimento aos edifícios residenciais dos bairros Batel, Bigorrilho e Água Verde, em Curitiba. Nesses três bairros, durante 2003, foram construídos a maioria dos 92 km de rede de distribuição. Em janeiro, a Compagas finaliza essa rede. ?Os 92 km vão permitir ao todo o consumo de gás natural a 900 edifícios e 400 estabelecimentos comerciais da região. 25% desse mercado já será atingido agora em 2004?, diz o diretor presidente da Compagas, Rubico Camargo.
Os edifícios Milenium, Guernica e as torres Tom e Vinícius consomem hoje cerca de 400 m³/dia de gás natural. Até dezembro de 2004, esse volume deve ser ampliado em sete vezes, ultrapassando os 2,8 mil m³/dia. Mais de 7 mil moradores de cerca de 1600 apartamentos serão beneficiados com o combustível. ?A rede de distribuição de gás natural é tão importante e útil quanto a de luz, água ou fibra ótica e demonstra modernidade?, ressalta Camargo. Hoje mais de 2 milhões de residências em todo o mundo utilizam o gás natural. No Brasil, está disponível em São Paulo e no Rio de Janeiro há mais de 100 anos.
Interior
Além do gás residencial em Curitiba, a Compagas também trabalhará, em 2004, nos projetos de ampliação do mercado do gás natural no Estado. Hoje, o combustível está disponível em sete municípios: Curitiba, Ponta Grossa, Palmeira, São José dos Pinhais, Campo Largo, Balsa Nova e Araucária. A intenção da Compagas é levar o gás natural para a região norte (eixo Londrina-Maringá), a região papeleira (Telêmaco Borba e Arapoti), além de São Mateus do Sul e, ainda, aumentar a participação nos municípios que já possuem a rede. A área de atuação da empresa deverá passar de 7 municípios para cerca de 20.
Para garantir o fornecimento das novas regiões de maneira rápida, a Compagas trabalha com duas possibilidades: o gás natural comprimido (GNC) e o gás natural liquefeito (GNL). Dessa forma, o gás natural será transportado em carretas até os municípios e abastecerá os clientes de forma semelhante à instalação do cilindro de gás natural veicular (GNV) nos automóveis.
Para levar a rede aos novos municípios, a Compagas tem como alternativas a utilização do gás natural vindo da Argentina, a construção de um ramal do Gasbol e, principalmente, as reservas brasileiras recém-descobertas na bacia de Santos (SP).
Outros mercados
O gás natural residencial será o principal segmento de atuação da Compagas em 2004 em relação ao número de clientes atendidos. Em relação ao volume vendido, o principal segmento é o industrial. A previsão da companhia é vender, em média, 550 mil m³/dia de gás natural em 2004, com picos superiores a 700 mil m³ em um dia.
Desse total, 75% é destinado ao setor industrial. O número de indústrias ligadas deve passar das atuais 70 para cerca de 80. Em dezembro de 2002, 62 indústrias consumiam GN.
O segmento de gás natural veicular (GNV) deve aumentar de 55 mil m³/dia para 70 mil m³ dia em volume vendido. O número de postos deverá passar de 16 para 24, todos em Curitiba. No segmento comercial, a Compagas pretende aumentar de 13 para 22 o número de unidades consumindo. Os números são relativos aos sete municípios que já possuem a rede de distribuição.
Hoje há 70 indústrias consumindo gás natural no Estado incluindo aí duas células de combustível, as únicas do hemisfério sul, 16 postos de gás natural veicular (GNV), uma indústria utilizando o gás natural para cogeração, 13 estabelecimentos comerciais e três edifícios residenciais. Sete municípios do Estado têm o gás natural disponível e esse número deverá aumentar em 2004.
