A Comissão Europeia está preparando orientações para resolver problemas bancários que incluem diferentes tipos de investidores em termos de perdas potenciais, disse neste domingo o presidente do Banco Central da Alemanha (Bundesbank), Jens Weidmann, em entrevista à rádio Deutschlandfunk. Segundo ele, os investidores de ações seriam os primeiros a enfrentarem perdas, enquanto os depositantes com recursos até 100 mil euros seriam preservados “se possível”.
Para Weidmann, os acionistas dos bancos deveriam ser os primeiros a serem responsabilizados, seguidos pelos credores e por último os depositantes. Os contribuintes, afirmou, não deveriam ser penalizados.
“O objetivo é que não tenhamos de resgatar bancos sempre com o dinheiro dos contribuintes, mas que os bancos possam ser liquidados de acordo com o princípio causador, sem se tornarem um perigo para o sistema financeiro”, disse Weidmann.
Os comentários do presidente do Bundesbank surgem em meio ao debate, iniciado com o resgate do sistema bancário do Chipre, sobre a penalização dos depositantes dos dois maiores bancos cipriotas. No fim de março, uma declaração do presidente do Eurogrupo, Jerome Dijsselbloem, de que a estratégia adotada no Chipre seria um modelo para futuros resgates bancários na região assustou os mercados e gerou uma sucessão de desmentidos de autoridades europeias. Na última semana, o próprio presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, disse que o Chipre é um caso especial.
“O exemplo do Chipre mostra que os bancos podem ser liquidados sem prejudicar o sistema como um todo”, disse Weidman neste domingo, reforçando a declaração de Dijsselbloem posteriormente desmentida por outros líderes do bloco.