O ministério da Fazenda criou um grupo de trabalho para avaliar a possibilidade do Brasil ingressar na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo a portaria, publicada nesta quinta-feira (30) no Diário Oficial, o grupo, que atuará no âmbito do Ministério da Fazenda, terá um prazo de sessenta dias, renovável, para apresentar suas conclusões.
A OCDE, cuja sede fica em Paris, reúne as trinta economias consideradas mais industrializadas do mundo. Durante reunião anual de seu conselho ministerial, realizada em maio passado, o organismo formalizou sua intenção de estreitar a cooperação com o governo brasileiro, visando uma eventual futura adesão do País. O mesmo procedimento foi adotado com outros grandes países emergentes, como a China, Rússia e Índia, considerados pela OCDE ao lado do Brasil, como protagonistas fundamentais da nova ordem econômica mundial.
Durante o evento em maio, o secretário-geral da OCDE, o mexicano Angel Gurría, manifestou claramente que o ingresso do Brasil na entidade depende principalmente de uma decisão de Brasília. "O Brasil já reúne as condições para fazer parte da OCDE", disse Gurria na ocasião.
Cautela
Mas o governo brasileiro mantém uma grande cautela diante desse convite e uma eventual adesão do País deve demorar um bom tempo para ser concretizada. Brasília teme, por exemplo, que sua participação em grupos de nações em desenvolvimento, como o G-77 ou G-20 poderia ser colocada em questão diante de sua entrada no chamado "clube dos ricos".
Além disso, o ingresso na OCDE pressupõe a aceitação de uma série de regras de liberalização econômica que não são bem vistas por setores do governo brasileiro. Em contrapartida, o selo "OCDE" daria ao País um atestado de maturidade nos avanços políticos, econômicos e sociais dos últimos anos.