A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu aplicar uma advertência ao presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, por uso de termos depreciativos contra funcionários durante uma reunião. O voto pela aplicação da pena foi do relator Américo Lacombe e seguido por unanimidade.
Segundo o presidente da Comissão de Ética, Mauro Menezes, apesar do pedido de desculpas por parte de executivo que reconheceu se exceder nos comentários, “o fato de agir intramuros não autoriza que ele se exceda”. “O mínimo que se espera é que essa conduta não volte a acontecer”, disse.
Em junho, em meio a discussões com sindicatos para implantar um plano de corte de metade dos funcionários, a divulgação de uma conversa do presidente da Eletrobras com sindicalistas gerou mal-estar na empresa, a ponto de o executivo se ver obrigado a gravar uma fala na televisão interna pedindo desculpa pela “veemência” com que se referiu ao que considera “privilégios” na estatal. Por conta dos adjetivos “vagabundos” e “safados” usados pelo presidente para tratar de chefias da Eletrobras, os sindicatos promoveram uma greve de 24 horas.
“São 40% da Eletrobras. 40% de cara que é inútil, não serve para nada, ganhando uma gratificação, um telefone, uma vaga de garagem, uma secretária. Vocês me perdoem. A sociedade não pode pagar por vagabundo, em particular, no serviço público”, consta de um dos áudios, gravado durante uma reunião com sindicalistas, realizada em 1º de junho.