As vendas no comércio varejista do Paraná aumentaram 7,11% em novembro de 2006 na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada ontem. Foi o décimo -sexto mês consecutivo de elevação. ?O resultado revela uma consistência no processo de recuperação do comércio varejista paranaense?, avalia o consultor da Federação do Comércio do Paraná, Vamberto Santana.
O índice ficou um pouco abaixo da média brasileira, que foi de 9,22%, sinalizando que ainda há alguns reflexos da crise do agronegócio sentida desde o final de 2005 e com mais gravidade no primeiro semestre de 2006, avalia Santana. ?Mas a tendência aponta para uma superação total desses resquícios. O clima entre os empresários do comércio é de otimismo para 2007?, destacou.
Os melhores resultados no Paraná estão ligados à atividade dos hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumos, que apresentou alta de 6,04% nas vendas em novembro na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Outro impacto foi verificado no setor de móveis e eletrodomésticos, em que as vendas cresceram 9,76%.
Outros setores apresentaram desempenho altamente positivo, embora com impacto menor. É o caso das vendas de artigos para escritório, informática e comunicação, que aumentaram 49,79%. As vendas de artigos pessoais e domésticos aumentaram 15,98%, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos aumentaram 6,55%.
Para Santana, o resultado apresentado pelo segmento de vendas de alimentos e de supermercados e hipermercados é um indicativo de que a cesta básica se tornou mais barata no Estado. ?Significa também que as indústrias estão oferecendo alternativas de produtos mais baratos dentro da cesta de alimentos que estão sendo consumidos, principalmente pelas classes C e D. São produtos de marcas menos conhecidas, mas de valor unitário menor e que estão disponíveis para as classes de menor poder aquisitivo?, explicou.
Outro indicativo apresentado pela pesquisa é a consolidação das vendas de móveis e eletrodomésticos no período do final de ano. O consumidor, gastando menos com a compra de alimentos e com capacidade de renda melhor que em outros estados por causa do salário mínimo diferenciado e maior, ganhou poder de compra para investir na compra de mobiliário para a residência, explicou Santana.
Para o IBGE, o aumento do poder de compra da população, decorrente do crescimento da massa salarial, e a estabilidade de preços de produtos básicos favoreceram o aumento das vendas no comércio. Também a manutenção da oferta de crédito está favorecendo a venda de bens duráveis.
Santana citou ainda, como suporte ao crescimento das vendas de mobiliário doméstico, o aumento da oferta de produtos pelo pólo moveleiro de Arapongas, no Norte do Paraná, que vem facilitando a venda às classes C e D de produtos de menor valor.
Outro fator que está contribuindo para a melhoria das vendas no comércio paranaense é o crescimento de 5% na oferta de emprego em 2006 em relação ao ano anterior. As pessoas estão com renda maior e com isso ganham mais confiança na hora de comprar. ?A expectativa de manter o emprego por mais tempo induz à compra de móveis para substituição do mobiliário?, destaca o consultor.
Ampliado
A pesquisa do IBGE para o comércio varejista ampliado – que inclui a venda de veículos, motos e peças e também do segmento de material de construção – indica crescimento nas vendas do Paraná de 11,32% em novembro de 2006, superior à média nacional que foi de 10,22%.
O aumento na oferta de financiamentos com taxas de juros mais baixas foi essencial para o aquecimento das vendas do ramo no segundo semestre do mesmo ano. O mesmo ocorreu com as vendas do setor de material de construção, que completa o sétimo mês consecutivo de crescimento. (AEN)
Para IBGE, aumento de renda beneficiou o setor
Rio (AE) – As vendas do comércio varejista cresceram 0,56% em novembro de 2006 ante outubro, na média, em todo País, na série com ajuste sazonal segundo o IBGE. O resultado ficou dentro das estimativas feitas pelos analistas, que variavam de uma queda de 0,5% a uma alta de 0,7%. Na comparação com novembro de 2005, as vendas do varejo cresceram 9,22%, superando as estimativas, que iam de um piso de 6,10% a um teto de 8,90%. No ano de 2006, as vendas acumularam até novembro alta de 6,25% e no período de 12 meses, de 6,10%.
Entre as atividades pesquisadas na comparação com mês anterior, o destaque de alta foi o ramo de tecidos, vestuário e calçados (5,74%) e na comparação com novembro 2005, a maior alta ocorreu em artigos de uso pessoal e doméstico (23,90%).
Mais renda
O comércio varejista foi beneficiado em 2006 pelo crescimento da renda e a continuidade da expansão do crédito, segundo avalia Nilo Lopes, técnico da coordenação de serviços e comércio do IBGE. Segundo ele, os dados acumulados de janeiro a novembro e em 12 meses – crescimentos nas vendas de, respectivamente, 6,25% e 6,10% – já permitem afirmar que o ano passado foi positivo para o varejo.
?O setor continua no ritmo da retomada iniciada em 2004?, disse Lopes. Segundo ele, o bom desempenho do setor foi impulsionado pelo aumento do rendimento dos trabalhadores ao longo de 2006, incluindo o reajuste do salário mínimo, pela estabilidade de preços e, ainda, pelas expectativas positivas dos consumidores em relação ao desempenho futuro da economia. Além disso, segundo Lopes, o ano eleitoral gerou recursos extras na economia brasileira, otimizados pela tranqüilidade no processo de sucessão presidencial.
Os segmentos de super, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com expansão acumulada de 7,64% no ano até novembro e de móveis e eletrodomésticos, com crescimento de 10,93% no período, puxaram a expansão das vendas do varejo em 2006, segundo Lopes.
Combustíveis
As vendas de combustíveis e lubrificantes cresceram 2,05% em novembro ante mês anterior, após dois meses consecutivos de queda nessa base de comparação. Segundo o técnico da coordenação de comércio e serviços do IBGE, o recuo nos preços dos combustíveis levou à reação do setor. Porém, houve nova queda nas vendas de combustíveis e lubrificantes (-2,58%) em novembro ante igual mês do ano anterior, ainda que menos intensa do que os recuos acima de 5% que vinham sendo registrados em meses anteriores. No ano de 2006, esse segmento acumulou até novembro queda de 8,33% nas vendas.
