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Consumidor está propenso a comprar, mas quer ser bem atendido.

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As vendas no comércio sobem a quatro anos consecutivos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ano passado o crescimento foi de quase 10%. É o maior índice desde 2001. E a tendência é que esse movimento crescente continue, já que o crédito está mais fácil e grande parte da população teve aumento na renda.

Nos últimos dez anos, enquanto a inflação subiu 147% o salário mínimo aumento 280%. O grande problema é que o comércio ainda não despertou para a necessidade de seduzir esses consumidores.

Na avaliação da consultora do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) do Paraná, Walderes Bello o comércio sabe dessa nova realidade mais ainda continua cometendo os mesmos erros que afugentam os consumidores. Segundo ela faltam investimentos em no atendimento, inovação, produtos diferenciados e facilidade de pagamento. ?O consumidor é atraído pelo visual, então é preciso ter uma vitrine iluminada e bem exposta, com rotatividade de produtos. A seleção dos funcionários também é importante, assim como o seu treinamento, que deve ser constante?, ponderou. Walderes diz que outro erro é não investigar o desejo do consumidor, assim como, dar pouca atenção para o pós-venda.

Para o especialista em vendas e metodologista, Dominic de Souza, o vendedor precisa mudar sua postura. ?Hoje ele ainda insiste em vender um produto e não percebeu que seu papel é ser um facilitador do processo?, comentou. Ele acrescentou que ao invés de pensar como um vendedor precisa pensar como um consultor, que orienta e ajuda na decisão, que pode resultar em uma venda, talvez não imediata. Souza defende que uma ação positiva pode ser o questionamento sobre a experiência. ?Perguntar ao cliente porque resolveu comprar naquela loja e como foi o atendimento. É uma coisa simples que pode servir como um bom instrumento de avaliação?, falou.

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Baixa renda está no topo do consumo

Grande parte do crédito está nas mãos de uma classe especial de consumidores: os brasileiros com renda inferior a 10 salários mínimos – as populares classes C, D e E -, formados por cerca de 120 milhões de pessoas, que só em 2007 movimentam perto de R$ 550 bilhões. Esse era um exército de consumidores que as indústrias insistiam em ignorar. Porém, especialistas afirmam que chegou a hora de baixar os preços, elaborar novos produtos e se aproximar dos clientes menos abastados.

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O sócio-diretor da Avenida Brasil Comunicação e Marketing -especializada em campanhas para o consumo popular -, Renato Meirelles afirma que o público baixa renda detém hoje 67% dos cartões de crédito. E isso demostra que as empresas precisam mudar seu foco de público e estratégia de vendas, para ganhar no volume e não mais exclusivamente no valor agregado dos produtos. ?Não há como fazer um menino das classes A e B tomar 20 sorvetes em um dia. O jeito é vender para 10 garotos de classes D e E?, compara o publicitário.

Programas sociais, como o Bolsa Família – que distribuiu R$ 11 bilhões em 2007 -, também tem impacto nesse processo, pois gera um círculo virtuoso, movimenta diversos setores do comércio, que acaba crescendo em função desses consumidores. ?Quem ganha bolsa família vai gastar o dinheiro no mercadinho do bairro. Em conseqüência o pequeno comerciante precisa aumentar sua ganha de produtos para atender esse clientes. Com isso compra mais dos fornecedores, que precisam contratar mais funcionários, e isso gera um círculo virtuoso?, falou. (RO)