Comércio manteve reação em novembro

As vendas do comércio varejista apresentaram alta de 0,26% em novembro na comparação com outubro, na série com ajuste sazonal, segundo dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Trata-se do segundo mês seguido de taxas positivas. Em relação a novembro de 2004, as vendas subiram 4,87%, o que representa o 24.º mês seguido de expansão nesta base de comparação. Já a receita nominal subiu 8,78% em relação a igual mês de 2004; 10,51% no acumulado do ano e 11,38% no acumulado dos últimos 12 meses. Dos vinte e sete estados pesquisados, em apenas dois houve queda nas vendas: Paraná (-2,70%) e Rio Grande do Sul (-4,23%).  

Segundo o IBGE, o resultado de novembro representa uma pequena elevação em relação ao mês anterior, depois de um terceiro trimestre oscilando entre queda e estabilidade. Na prática, no entanto, o comércio varejista permaneceu no mesmo patamar, segundo o economista da Coordenação de Serviços e Comércio, Nilo Macedo.

?O resultado de novembro não mostra um avanço muito significativo. Na ponta, o comércio está caminhando para um comportamento de estabilidade?, disse.

Para que o comércio retome a trajetória de crescimento, Macedo afirma que será necessário um maior crescimento do crédito, que depende mais da capacidade dos tomadores do que da oferta. ?O crédito ainda continua sendo um fator importantíssimo para o crescimento do comércio, o limite virá dos tomadores?, afirmou.

No ano, as vendas no comércio acumulam alta de 4,82% e nos últimos 12 meses, de 5,53%. Apesar do crescimento, houve clara desaceleração em relação a 2004, quando as vendas fecharam o ano com uma taxa acumulada de 9,25%.

Na série com ajuste sazonal, o principal destaque positivo ficou com o segmento de móveis e eletrodomésticos (3,56%). O resultado representa uma recuperação após quatro taxas negativas consecutivas. Segundo o IBGE, o pagamento de dívidas e a saída do cadastro do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) deram novo fôlego ao consumidor para assumir prestações em compras de bens de consumo duráveis.

A redução dos juros, as promoções e os novos lançamentos podem ter dado novo fôlego às vendas de veículos, motos, partes e peças em novembro, na avaliação do instituto. Elas tiveram alta de 3,66%.

O IBGE atribui o aumento de 0,27% nas vendas de combustíveis e lubrificantes após dois meses de queda a uma acomodação da demanda após o impacto do aumento dos combustíveis, em setembro.

O segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentou queda de 0,52%. Segundo Macedo, o desempenho reflete a piora nos indicadores de rendimento médio real dos últimos meses. Esta atividade tem forte peso na estrutura do índice e é mais dependente de renda do que de crédito.

A atividade de tecidos, vestuário e calçados teve leve queda de 0,02% após um recuo de 3,43% em outubro. A proximidade do Natal contribuiu para que o resultado ficasse mais próximo da estabilidade.

Em relação a novembro de 2004, o volume de vendas cresceu em sete das oito atividades, com destaque para móveis e eletrodomésticos (14,47%) e artigos farmacêuticos (10,95%). A única queda ficou com a atividade de combustíveis e lubrificantes, de 8,53%.

No ano, a pesquisa mostra que o crédito sustentou as vendas no comércio. A atividade de equipamento e material de escritório, informática e comunicação liderou o crescimento em termos percentuais, com expansão de 48,50%, impulsionada pela taxa de câmbio e pela oferta de crédito. O setor de móveis e eletrodomésticos representou o maior impacto, com expansão de 17,13%, seguido por outros artigos de uso pessoal e doméstico (lojas de departamento, brinquedos, óticas, entre outros), com alta de 14,55%.

As atividades com desempenho abaixo da média são as mais dependentes de renda: hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,25%), livros, jornais, revistas e papelaria (2,08%) e combustíveis e lubrificantes (-7,36%).

Metodologia

A PMC (Pesquisa Mensal de Comércio) é realizada mensalmente pelo IBGE em todo o País. Vale ressaltar que, para mensurar o desempenho do setor, o IBGE apura a receita bruta de revenda das empresas varejistas formais com 20 ou mais pessoas ocupadas. Ao todo, são 9 mil informantes em todo o País.

Venda de câmeras digitais bateu recorde em 2005

Apesar dos números de dezembro ainda não estarem fechados, calcula-se que, no Brasil, tenham sido vendidas em torno de 1 milhão de câmeras fotográficas digitais em 2005, mais que o dobro das 400 mil comercializadas em 2004. O segmento das digitais tem tido saltos de quase 100% há três anos, por causa da queda de preços e a busca do consumidor por máquinas com resolução cada vez maior.

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Material Fotográfico e Imagem (Abimfi), divulgados ontem, apontam que a base instalada de câmeras digitais no País esteja próxima das 2,5 milhões de máquinas, montante que não chega a 10% do parque de câmeras analógicas (30 milhões), mas as vendas destas últimas estão estagnadas, o que poderá levar o total de digitais a encostar mas analógicas muito brevemente.

O instituto alemão GFK, que acompanha as estatísticas brasileiras de fotografia digital, aponta a evolução na exigência do consumidor: as câmeras com 4 e 5 megapixels de resolução eram 30% do total das vendas até maio, mas passaram a responder por 39% em novembro. Já os modelos com entre 5 e 6 megapixels, que respondiam por 8% do total até maio, alcançaram 15% das vendas no final do ano.

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