Comércio lotado, e ainda nem era véspera de Natal

O movimento no comércio curitibano, ontem, antevéspera de Natal, foi de desanimar os consumidores, que tiveram de enfrentar lojas lotadas e ainda a dificuldade de achar o presente certo. Mas, para os lojistas, a agitação representou um crescimento de 10% nas vendas em relação a 2001.

Sônia Amorim precisava comprar 10 presentes e tudo ficou para a última hora. “Falta de dinheiro”, justifica. “As pessoas que me deviam não pagaram.” Ela já tinha andado quase uma hora e só conseguiu uma das lembranças. Não sabia se ia conseguiu vencer a maratona a tempo. “Se pudesse não teria deixado para a última hora”, lamenta, arrependida.

Francisco Carraro Hipólito preferiu o banco da praça para esperar com o filho a esposa que havia acabado de entrar numa loja. “Aqui é melhor, não tem tanta gente. Daqui a pouco vamos tomar um sorvete”, disse, já sabendo que a espera deveria ser longa. Outra que estava sofrendo com as filas era Marli Audibert. Ela começou as compras em novembro e ontem escolhia os últimos da lista. “Tem loja que não dá nem para entrar. Muita gente deixa para a última hora, uns correm o risco até de não encontrar o que procuram”, fala. Ela também reclamou dos preços.

Mas enquanto o consumidor se atropela andando de um lado para o outro, os lojistas comemoram os lucros. Em uma loja de calçados no centro da cidade mais catorze vendedores foram contratados para a temporada, sem contar os outros para apoio em outras atividades. O gerente Ari Tavares de Souza aposta num faturamento 10% superior ao do ano passado. No entanto, para ele o movimento de ontem não era muito intenso. “Este ano está sendo cadenciado, as pessoas se dividiram mais para fazer as compras”, diz. Tênis era o produto mais vendido. “Serve tanto para criança, homem ou mulher”, explica.

Sônia da Silva, gerente de uma loja de confecções, também estava animada com a temporada. Para o cliente não ter dificuldades em encontrar produtos ou a numeração adequada a loja já se prevenira e aumentar os estoques. Houve também um reforço no número de atendentes. Sônia esperava para hoje um bom número de clientes pela manhã. “Durante a tarde as pessoas estão se preparando para a ceia”, diz. Ela também calculava um crescimento de 10% na vendas.

Mas não são só os lojistas que se dão bem nesta época, os taxistas também conseguem um bom faturamento. Alex Sandro Luiz dos Santos diz que o movimento chega a aumentar em 30%. Os principais clientes são as pessoas que voltam para casa carregadas de sacolas.

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