Foto: Ciciro Back

Consumo de pescados na Semana Santa, em todo o País, deve aumentar em pelo menos 30%.

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A Semana Santa deve elevar o consumo de pescados em 30%, em média, em todo o País, até amanhã. A projeção é da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap), órgão do governo federal responsável pelo setor pesqueiro nacional. Em Curitiba, o movimento já é grande na maioria das casas especializadas, mas a expectativa é que cresça ainda mais entre hoje e amanhã.

?As vendas chegam a aumentar até dez vezes na comparação com outro dia qualquer?, afirmou Paulo Mozer, dono da Distribuidora de Pescados Keli Mozer Ltda., no Mercado Municipal de Curitiba. Segundo Mozer, as vendas devem se intensificar a partir de hoje. ?As pessoas deixam mesmo para a última hora.? Para atender a grande demanda, Mozer tinha ontem no estoque 250 caixas de pescados -bem acima do normal, que é de 20 caixas ao dia. Entre os peixes mais procurados, destaque para o filé de pescada, de cação, robalo. ?As pessoas preferem o filé pela facilidade do preparo?, comentou Mozer. Os preços, segundo ele, variam de R$ 14,00 o quilo (filé de pescada) e R$ 40,00 o quilo (no caso do robalo).

Na Peixaria São José, as expectativas também são positivas. Segundo o gerente Kielvim Alberti, o estabelecimento recebe todos os dias entre 500 e 600 quilos de pescados – para hoje, são esperados entre 1,5 mil e 1,6 mil. Os preços, segundo Alberti, são os mesmos do ano passado. Na Peixaria São José, é possível encontrar filé de pescada a R$ 12,00 o quilo e filé de linguado a R$ 35,00 o quilo.

Bacalhau

Quem não abre mão do tradicional bacalhau na Semana Santa precisa estar disposto a gastar mais. No Mercado Municipal, o preço do quilo do bacalhau varia entre R$ 25,00 e R$ 85,00. Segundo José Carlos Ribeiro, da Casa do Bacalhau, a tradição permanece forte. Tanto que a expectativa é vender em três dias quantidade igual ao que o estabelecimento leva pelo menos três meses, em outra época do ano. ?Vendemos, por mês, cerca de 250 quilos de bacalhau. Mas nestes três dias (terça, quarta e quinta), vamos vender entre 800 e 1.000 quilos?, afirmou.

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Na Casa do Bacalhau é possível comprar bacalhau a partir de R$ 25,00 o quilo (bacalhau Saithe e Zarbo). Para quem prefere um produto de melhor qualidade, a opção é o bacalhau do Porto, que custa entre R$ 40,00 o quilo (com casca e espinha) e R$ 68,00 – o produto limpo, sem a pele e sem a espinha dorsal.

Peixe vivo

Em uma iniciativa inédita, alunos da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) comercializaram ontem cerca de 600 quilos de carpas e bagres vivos no campus em Curitiba. ?A idéia inicial era atender apenas a comunidade interna, mas acabou vindo muita gente de fora?, comentou o responsável pelo laboratório de piscicultura da PUCPR, Valmir Moro. O quilo do peixe vivo estava sendo comercializado a R$ 5,00. O dinheiro será revertido em pesquisas do laboratório.

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Consumo de pescado ainda é considerado baixo

O consumo de peixe no Brasil ainda é pequeno: entre 6,8 e 7,8 quilos ao ano por habitante, abaixo do consumo de 12 quilos recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e bem abaixo da média mundial, que é de 16 quilos ao ano por habitante, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). Nos países desenvolvidos, a média de consumo de pescado é maior: chega a 23 quilos.

Estimativas da Seap (Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca) indicam que os estados do Pará, Amazonas e Amapá são os que mais consomem peixe, com mais de 30 quilos ao ano por habitante. Minas Gerais é um dos estados com consumo mais baixo – não deve passar de 3 quilos por habitante no ano.

No Paraná, o consumo também é baixo: entre 4,5 e 5,5 quilos por pessoa no ano. A boa notícia, segundo a Seap, é que o consumo de peixe no Estado vem aumentando, principalmente por conta do crescimento da aqüicultura em regiões como a de Maringá e Francisco Beltrão.

As espécies de peixes mais consumidas, segundo as vendas do Ceagesp – maior entreposto de comercialização de pescado na América Latina, com mais de 40 mil toneladas comercializadas em 2005 – são sardinha (15% da venda total de 2005 na Ceagesp), pescada, corvina, cação e tilápia.