O movimento no comércio com as vendas do final de ano ainda estão aquém das expectativas. A esperança dos comerciantes é que com o pagamento da segunda parcela do décimo terceiro salário – que deverá injetar R$ 2,3 bilhões na economia do Paraná até dia 20 de dezembro – a situação melhore.
O proprietário da loja Anhui – que oferece produtos a partir de R$ 1,99 -, Paulo Li diz que 80% dos clientes estão apenas pesquisados preços. Ele afirmou que esse comportamento está muito diferente do ano passado, quando as vendas começaram a aquecer logo depois do Dia das Crianças, no mês de outubro. Li acredita que a semana que antecede o Natal será um período muito curto para melhorar os resultados. A gerente das óticas Winnikes, Rosane Alencar, falou que expectativa é vender até 10% a mais que o ano passado, mas que esse resultado só deverá aparecer a partir da próxima semana. “Por enquanto, o consumidor está pagando dívidas, e nossa expectativa é que os presentes serão comprados com o que sobrar desse dinheiro”, falou.
A sócia-gerente da Delirious – que oferece produtos eróticos -, Terezinha Refati comenta que as vendas hoje se resumem em pequenas lembrancinhas. “São aqueles clientes que querem brincar com os amigos na revelação do amigo secreto, e que levam chocolates ou outras pequenas coisas”, falou. Mas ela espera que a partir do dia 20 esse comportamento mude, já que investiu para reforçar o estoque. A mesma opinião tem a vendedora da Hyphen Papelaria e Presentes, Cristiane Moro. “Durante a semana o movimento na loja é muito bom, mas as compras devem acontecer a partir do dia 20”, falou.
Esse comportamento do consumidor é considerado normal pelo vice-presidente de Serviços da Associação Comercial do Paraná, Elcio Ribeiro. “Durante o ano nós percebemos uma queda na inadimplência, que não refletiu um maior faturamento na economia. Isso significa que o consumidor está com o dinheiro e entrou na fase da pesquisa de preços e negociação das compras”, avaliou. Ele também aposta em um crescimento das vendas depois da liberação da parcela do décimo terceiro.
Pesquisa
Como a fase é de pesquisa de preços, o comércio está oferecendo diversas formas de pagamento, além de outros atrativos, para fazer com os que clientes voltem. Uma das opções é o vale-presente, oferecido como opção para quem não quer errar na escolha do presente. Difundido entre as lojas de Cds e livros, hoje essa opção começa a ser adotada por outros segmentos. É o caso da rede de perfumes e cosméticos Sépha Parfumerie. O sócio-executivo da rede, Douglas Karpe diz que o vale é muito bem aceito entre os clientes que precisam comprar presentes de amigo secreto.
Na Hyphen o cliente pode escolher o presente diretamente nas prateleiras. Essa é uma forma de atrair as pessoas, diz a vendedora Cristiane Moro, “pois elas se sentem mais a vontade para decidir o que levar”. O campeão de vendas na loja é o personagem de desenho animado Bob Esponja. Uma almofada no formato do boneco custa R$ 72,00. Na Otello, especializada em roupa masculina, o parcelamento em até quatro vezes tem atraído os clientes. O vendedor Valério Steffen diz que os artigos de verão estão tendo maior procura. As peças na loja variam entre R$ 22,00 a R$ 500,00.