O ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou hoje que o governo quer incluir o setor de comércio e serviços na discussão da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), cuja segunda fase deverá ser anunciada pela presidente Dilma Rousseff em abril.
Segundo ele, o setor não pode ficar ausente da discussão do desenvolvimento produtivo no País, por ser responsável por quase 60% da mão de obra empregada no País. “O comércio precisa de um estreitamento do diálogo com a indústria porque quem vende os produtos da indústria é o comércio. Se você tem um estreitamento deste laço você terá produtos mais adequados a seu mercado, produtos mais inovadores, e produtos tecnologicamente mais bem feitos para atender ao consumidor” disse o ministro, que participou hoje de evento na Associação Comercial do Rio de janeiro (ACRJ).
O ministro admitiu que o governo ainda não tem um modelo de como o setor de comércio e serviços deve se posicionar nesta discussão sobre o desenvolvimento produtivo no País. A intenção, segundo Pimentel, é chamar as entidades de comércio para sentar à mesa junto com a indústria ao longo de março e ver de que forma cada segmento pode ajudar ao outro. “A presidente (Dilma Rousseff) quer que até no máximo em abril nós apresentemos as linhas básicas da política de desenvolvimento produtivo, para que ela possa anunciar ao País em abril”, disse.
O ministro destacou ainda que o governo quer “acoplar” a discussão à construção de uma política de comércio exterior no Brasil. O ministro adiantou que a intenção é impulsionar o desenvolvimento produtivo privilegiando o conteúdo nacional. Além disso, revelou, o governo tem intenção de trabalhar para que as cadeias de produção, ao serem “permeadas pela importação” não percam sua característica brasileira. “Às vezes, as pessoas pensam que restringindo as importações, a balança comercial vai melhorar. Isso não é verdade. Nós precisamos ao contrário ampliar a rede de comércio”, afirmou.
O ministro enfatizou, porém, que o governo vai continuar adotando restrições a produtos que entram no País visivelmente para prejudicar a indústria nacional, ou pela via de subfaturamento, ou pela falsificação de origem. “Isso faz parte da defesa comercial básica de qualquer país. Mas não é isso que vai salvar o Brasil de um desequilíbrio na balança comercial. O que nós precisamos é buscar a competitividade”, afirmou.