Consumo

Comércio do Paraná vendeu menos em 2008

As atividades que dependem do crédito foram as que mais sofreram retração ou passaram por um crescimento discreto no comércio varejista do Paraná, em dezembro de 2008.

O índice, de 4,3% de aumento em relação ao mesmo mês do ano anterior, foi divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontou, para o último trimestre do ano passado no País, uma “significativa desaceleração” no crescimento do volume de vendas, com redução da taxa de 10,2% para 6%.

Apesar de superar a média nacional, de 3,9% de crescimento no varejo em relação a dezembro de 2007, o Paraná sofreu, no último trimestre do ano passado, uma queda brusca nos índices do varejo.

Em outubro, o crescimento em relação ao mesmo mês do ano anterior foi de 7,9%. Em novembro, o índice caiu para 5% e, em dezembro, fechou em 4,3%. No acumulado do ano, o índice ficou em 7%, menor que a média nacional, de 9,1%.

Quanto discriminados por setor, os números de dezembro de 2008, quando comparados com o mesmo mês do ano anterior, apresentaram comportamentos bastante distintos no Estado.

Enquanto os segmentos de tecidos e de móveis e eletrodomésticos apresentaram queda de 1,5% e 1%, respectivamente, setores como os de livros, jornais e papelaria (19,6%), artigos farmacêuticos e cosméticos (19,9%) e equipamentos e materiais de escritório e papelaria (86,3%) tiveram bons crescimentos.

Já o segmento com maior peso nas estatísticas do IBGE, o de hiper e supermercados, produtos alimentícios e bebidas cresceu, no Paraná, apenas 2% em dezembro. O índice ficou abaixo da média nacional, de 3,5%.

Para o economista Reinaldo Silva Pereira, da Coordenação de Comércio e Serviço (Cosec) do IBGE, o tímido índice “inibiu um pouco o crescimento no Paraná”, e pode ter sido causado por uma diminuição na renda do consumidor, com possível relação com os problemas de estiagem no campo.

Crédito

Segundo Pereira, a maioria das atividades que não tiveram bom desempenho no Paraná – a exemplo do que aconteceu no restante do País – são dependentes do crédito, que se tornou mais escasso no último trimestre de 2008. Ele também aponta como culpada a queda de confiança do consumidor, que ficou com medo de se endividar ou perder o emprego.

“No geral, o varejo vinha em um comportamento bom até setembro, quando a economia ainda estava crescendo. A partir de outubro, a crise começou a afetar o comércio varejista”, avalia o economista. Para ele, este ano, os resultados do varejo dependerão dos preços dos produtos, condições de crédito e desempenho do mercado de trabalho.

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