Comércio do Paraná vai abrir 30 mil vagas temporárias

O comércio paranaense deve abrir 30 mil empregos temporários neste final de ano, sendo 10 mil em Curitiba e Região Metropolitana, conforme estimativas da Associação Comercial do Paraná (ACP) e Sindicato dos Empregados no Comércio de Curitiba e Região Metropolitana (Sindicom). Esse volume representa um acréscimo de quase 8% sobre os 388 mil postos de trabalho do setor no Estado (290 mil com carteira e 98 mil sem carteira), aponta o economista Cid Cordeiro, do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos). Só na Grande Curitiba há 95 mil comerciários registrados e 25 mil informais.

Antes da subida do dólar e da alta de juros, o Sindicom estimava a geração de 13 mil vagas na Grande Curitiba, mas como a posição foi revista por causa da conjuntura econômica, o número de contratações deverá ser igual ao do ano passado. “Esperávamos um número maior de trabalhos temporários esse ano em razão dos complementos do FGTS injetados no mercado”, comenta Ariosvaldo Rocha, presidente do Sindicom. “O recebimento desse recurso criou uma expectativa e deu um retorno acima do esperado para o comércio. Mas agora o trabalhador está bem mais receoso de gastar esse dinheiro e os empresários também estão receosos em fazer contratações nesse momento difícil”, analisa.

A abertura de vagas para atender o movimento de final de ano começou em 15 de outubro. “Por enquanto, as empresas estão contratando em número reduzido para iniciar trabalho em novembro”, diz Rocha. Segundo a ACP, as primeiras contratações ocorrem, em sua maioria, nos supermercados, para montagem de cestas. “O comércio de rua costuma contratar entre a segunda quinzena de novembro e a primeira quinzena de dezembro, dependendo do aumento do movimento”, informa Élcio Ribeiro, vice-presidente de Serviços da ACP. “Quem contrata em dezembro aproveita o funcionário para o atendimento pós-natal, de trocas, e para os balanços”, destaca.

Oportunidades

Há um grande número de vagas para auxiliares de caixa, de balcão, de pacotes e de estoque. As contratações temporárias duram 90 dias em média. “De imediato, o emprego temporário não é garantia de emprego fixo, mas quem se adaptar melhor ao ambiente da casa, será o primeiro a ser chamado quando a loja precisar repor pessoal”, observa o vice-presidente da ACP. “A perspectiva é que 5% dos contratados no final de ano sejam efetivados”, estima Rocha. De acordo com ele, algumas empresas substituem trabalhadores antigos pelos novos, pagando menos.

Os salários para as vagas temporárias são variados. “Normalmente paga-se o piso da categoria, em torno de R$ 330, mais comissão. O salário médio do comerciário fica em torno de R$ 600 a R$ 800”, relata Rocha. Embora o conhecimento na área de comércio seja pré-requisito para vários cargos, porque não há muito tempo para treinamento, há espaço para pessoas sem experiência. “Agora os empresários estão mais interessados em dar oportunidades para as pessoas pagarem suas contas. Não há tanta exigência, mas geralmente se pede qualificação de segundo grau e boa fluência verbal”, informa Jeferson Luiz de Paula Lopes, assessor de gerência da unidade da Gelre Trabalho Temporário em Curitiba.

O aumento do trabalho temporário em shoppings eleva o número de candidatos que buscam colocação, comenta. “Em relação ao ano passado, as chances estão maiores porque há novas oportunidades em segmentos diferentes. Nos supermercados, houve aumento significativo no número de repositores e operadores de caixas”, cita Lopes, acrescentando que “a maioria das pessoas que nos procuram se encaixa em alguma coisa”. “Com a instabilidade do mercado, as vagas aumentam gradativamente. Deve haver um crescimento forte a partir de 20 de novembro”, acredita.

Pesquisa da ACP junto aos lojistas indica que as vendas deste Natal serão 3 a 4% maiores em relação à comemoração do ano passado. “Não fosse a disparada do dólar e o aumento da Selic, as vendas poderiam ser maiores”, arremata Ribeiro.

Onde estão as vagas?

Olavo Pesch

A maior parte dos postos temporários no comércio são ofertados por lojas de departamentos. A rede Lojas Colombo está recrutando 300 colaboradores temporários para os meses de novembro e dezembro nas lojas do Paraná e Santa Catarina. Os temporários serão contratados até o final de outubro e representarão 17% do quadro regular da empresa. “Este esforço de final de ano se deve ao forte incremento de demanda, natural em nosso segmento de varejo neste período do ano, quando o movimento nas lojas praticamente dobra”, explica o diretor Administrativo da Lojas Colombo, Itajara Santos Xavier.

As contratações da Colombo serão por um período de 60 dias e incluem treinamento, principalmente em atendimento ao público, conhecimento de produtos e operações de loja, como consultas ao sistema informatizado, emissão de notas fiscais, procedimentos administrativos. Há vagas nas áreas de vendas, administrativa de loja, auxiliares de depósitos, motoristas e auxiliares de transporte. Os temporários receberão os benefícios de vales transporte e alimentação e uniformes. Inscrições pelo site www.colombo.com.br ou conforme anúncios a serem publicados nos jornais.

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