As vendas reais do comércio varejista do Paraná tiveram queda de 0,05% em outubro, enquanto o volume de vendas no País caiu 3,04% em relação ao mesmo mês do ano passado. Apesar de ser a décima-primeira queda consecutiva no indicador nacional, houve desaceleração na redução acumulada no ano, que passou de -5,18% (de janeiro a setembro) para -4,96%. Nos doze meses, a variação foi de -4,56%.
No Paraná, os índices foram inferiores à média brasileira: -0,57% no ano e -0,72% nos doze meses. Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE.
No País, diminuiu o volume das vendas de quatro das cinco atividades do comércio varejista: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-4,26%); Demais artigos de uso pessoal e doméstico (-4,10%); Combustíveis e lubrificantes (-4,33%); e Tecidos, vestuário e calçados (-1,82%). O único resultado positivo no mês foi o de Móveis e eletrodomésticos (5,21%).
No Paraná, os resultados positivos em Combustíveis e lubrificantes (1,59%), Tecidos, vestuário e calçados (12,66%) e Móveis e eletrodomésticos (12,34%) não foram suficientes para reverter a queda verificada em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,98%) e Demais artigos de uso pessoal e doméstico (-7,20%). As vendas de Veículos, motos e autopeças tiveram incremento de 9,30%. Já o gênero Hipermercados e supermercados registrou decréscimo de 3,22%.
No ano, os segmentos do comércio paranaense que tiveram aumento nas vendas foram: Combustíveis e lubrificantes (5,41%), Tecidos, vestuário e calçados (3,44%) e Móveis e eletrodomésticos (2,67%). Com queda, aparecem: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-4,39%) e Demais artigos de uso pessoal e doméstico (-2,49%).
A receita nominal de vendas do varejo brasileiro cresceu 11,72% comparada a outubro do ano passado, acumulando 14,22% de janeiro a outubro e 13,59% nos últimos 12 meses. No Paraná, houve expansão de 14,40% em outubro, 20,60% em 2003 e 19,20% no acumulado dos doze meses.
À espera do consumidor de Natal
Tanto o comércio varejista da Região Metropolitana de Curitiba como o de Londrina apresentaram evolução positiva em outubro de 2003 comparado a setembro, segundo a Pesquisa Conjuntural do Comércio da Federação do Comércio do Paraná. Na capital e região metropolitana, houve crescimento de 12,18% nas compras, sinalizando este reforço de estoque a expectativa dos empresários de ampliarem suas vendas nos outros dois meses do ano. Em termos de vendas verificou-se uma expansão de 6,25%. Em Londrina, no que se refere a compras, depois de dois meses de crescimento, houve uma queda de 2,74%. As vendas cresceram 3,69% em relação a setembro.
O mês de outubro teve 27 dias úteis (incluindo os sábados) e ainda contou com o estímulo de uma data tradicionalmente importante para a expansão de vendas que foi o dia da criança.
De acordo com a Fecomércio, a inversão de tendência que se verificou no mês de outubro na RM de Curitiba já é uma manifestação do esgotamento do processo de demanda reprimida que até então vinha ocorrendo, na medida em que se verificam os estímulos dos empregos temporários típicos do final de ano, associados à disposição das pessoas de gastarem mais, bem como a sensação do consumidor e do empresário de que a tendência de curto e médio prazo da conjuntura econômica é de recuperação e melhoria do nível de atividade. Nos primeiros dez meses de 2003, as vendas acumuladas do comércio na RM de Curitiba caíram 5,71% em relação ao mesmo período de 2002. Em relação a outubro do ano passado, houve queda de 1,98%.
Já em Londrina, considerando o ocorrido em outras cidades e/ou regiões metropolitanas do País, o comércio varejista apresenta um bom desempenho. Nesse sentido, cabe destacar o efeito das safras agrícolas no primeiro semestre, estimulando a demanda de forma a gerar um efeito multiplicador sobre os demais ramos da economia do município e da região, especialmente o comércio, tendo importante participação na manutenção da atividade econômica.
Variáveis favoráveis
O comércio da RM de Curitiba e de Londrina continuam com expectativas positivas para os dois últimos meses do ano, especialmente considerando a entrada do 13.º salário, o Natal e os gastos associados às festas de final de ano. Convém destacar, no entanto, que uma parcela do 13º salário será utilizada pelos consumidores para quitar dívidas anteriores, constituindo assim um valor que não repercutirá em elevação das vendas no comércio.