Comércio dá sinais de recuperação

Depois de um período difícil – marcado pela estiagem, que afetou a renda agrícola, além de problemas como a febre aftosa e o câmbio desfavorável para as exportações – o comércio do Paraná finalmente dá sinais de recuperação. Em maio, as vendas no comércio varejista cresceram 5,62% na comparação com igual mês do ano passado – o segundo resultado positivo seguido no Paraná; em abril, o aumento havia sido de 6,14%. Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre os nove setores pesquisados, apenas um (combustíveis e lubrificantes) registrou variação negativa, tanto no Paraná (queda de 19,96%), como na média nacional (-11,92%). Todos os outros setores registraram crescimento, com destaque para hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com aumento de 8,73%, no Paraná e 7,36%, no País. ?É um setor que reflete a melhoria do rendimento médio com o aumento do salário mínimo, além do crescimento do emprego?, apontou o economista Reinaldo Pereira, da Coordenação de Pesquisa de Vendas do IBGE.

Outros setores que registraram aumento de vendas no Paraná foram tecidos, vestuário e calçados (11,05%), móveis e eletrodomésticos (14,22%) – puxado sobretudo pelo crédito -, além de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (3,72%), livros, jornais, revistas e papelaria (11,93%), equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (47,86%) – por conta da desvalorização do dólar frente ao real – e outros artigos de uso pessoal e doméstico (16,93%).

Sustentação

Para o economista da Federação do Comércio no Estado do Paraná (Fecomércio-PR), Vamberto Santana, existe forte possibilidade de que o crescimento nas vendas verificado nos últimos dois meses (abril e maio) no Estado se sustente. ?Acredito que há condições de pensarmos no início de melhoria para o comércio. Porém, uma recuperação lenta, ainda influenciada pela seca na agricultura, aftosa, gripe do frango?, apontou o economista.

Segundo ele, o comércio está sentindo os efeitos de variáveis importantes, como a Copa do Mundo, que estimulou as compras. Também o Dia das Mães ajudou o comércio a vender mais. Para o economista, até mesmo as eleições podem ajudar o comércio, principalmente setores como o de combustíveis, gráficas e aluguel de veículos. O cenário econômico – com a inflação sob controle e a taxa básica de juros (taxa Selic) em queda – também contribui para as vendas.

Em nível nacional, 26 dos 27 estados obtiveram resultados positivos no volume de vendas na comparação maio06/maio05. Os maiores crescimentos foram verificados em Roraima, com taxa de 37,55%; Tocantins (27,07%); Amapá (24,57%); Acre (23,69%) e Maranhão (23,15%). A única queda ocorreu em Mato Grosso (-14,12%). O resultado final foi crescimento de 7,32%.

Com o resultado de maio, as vendas no comércio do Paraná acumulam no ano (janeiro a maio) aumento de 1,45% e, nos 12 meses, queda de 0,44%. Na média nacional, as vendas do comércio acumulam crescimento de 6% no ano e de 5,44% nos últimos 12 meses. 

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