Comércio Brasil-China cresce na crise, diz vice chinês

Mesmo com a crise mundial e um arrefecimento no crescimento global, as trocas comerciais entre a China e o Brasil “seguem altas” e cresceram 34,5% em 2011 ante 2010, para US$ 84,2 bilhões, declarou o vice-ministro chinês do Comércio, Jiang Yaoping. “Isso demonstra o alto potencial comercial que Brasil e China possuem”, disse Yaoping, após o seminário “Sessão de Apresentação sobre Oportunidades de Investimentos e de Cooperação entre a China e Brasil”, que acontece na capital paulista nesta terça-feira.

Para Yaoping, os dois países possuem “complementaridades e similaridades comerciais”, além de “serem grandes potências econômicas emergentes com mercados domésticos de grande escala de crescimento”. Ele acrescentou que “isso só incentiva o aumento do comércio e estimula o interesse de empresários”.

No seminário, promovido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), foram assinados protocolos de cooperação comercial entre as cidades de São Paulo e a chinesa de Macau, colônia portuguesa até 1999 naquele país, e ainda entre Brasil e China. Os protocolos visam ampliar os investimentos de empresas brasileiras na China e das chinesas aqui.

A coordenadora de área de investimentos da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Maria Luisa Cravo Wittenberg, citou que a China colaborou com US$ 4,5 bilhões de um total de US$ 66,6 bilhões de Investimento Estrangeiro Direto (IED) no Brasil em 2011. “A maioria do investimento chinês foi no setor automotivo”, disse. “A expectativa para este ano é de que sigamos com altos níveis de atração de IED.”

No evento, Guo Lei, vice-diretora do Departamento de Finanças Internacionais do Banco de Desenvolvimento da China, citou o aumento de investimentos da instituição financeira, com capital total de US$ 6 trilhões, em países de língua portuguesa. “No Brasil, o banco tem parcerias com a Petrobras, o Banco do Brasil e o Bradesco, entre outros”, afirmou.

Jackson Chang, presidente do Instituto de Promoção de Comércio e do Investimento de Macau, lembrou que a região é porto livre de impostos de importação para vários produtos e “empresas locais e investidores estrangeiros têm o mesmo tratamento”. Na região, o imposto de renda é de apenas 12%, segundo ele.

Citando dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), Chang afirmou que em 2011 houve um crescimento real da economia local de 20,7% sobre 2010. “De 1999 a 2011, o crescimento anual do Produto Interno Bruto de Macau foi de 14%”, afirmou. Nos cinco primeiros meses do ano, o comércio entre os dois países, de acordo com ele, foi de US$ 5,8 bilhões, com o envio de suínos, aves e carne bovina pelo Brasil e exportação de têxteis para cá.

Já o secretário de Relações Internacionais de São Paulo, Alfredo Cotait Neto, falou do desequilíbrio no saldo comercial, já que os paulistanos exportaram US$ 1,4 bilhão para a China em 2011 e a importação atingiu US$ 3,2 bilhões. “Precisamos começar a equilibrar esse comércio.”

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