O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, afirmou nesta segunda-feira, 3, que começar 2018 com a inflação abaixo da meta fixada pelo governo federal foi importante para enfrentar problemas ocorridos ao longo do ano. Ele destacou a piora no cenário externo, com depreciação das moedas de países emergentes, e o ambiente doméstico volátil como exemplos de desafios.
“Começar 2018 com a inflação abaixo da meta se mostrou útil”, afirmou Ilan Goldfajn, em apresentação durante evento promovido pelo Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio.
Ele classificou a recuperação econômica como gradual, mas consistente. “O ano de 2018 foi um ano de desafios. O ambiente foi desafiador para as economias emergentes. Houve depreciação nas moedas de todos os emergentes, eu diria em torno de 10%”, disse.
Os slides apresentados pelo presidente do BC estão disponíveis no site do órgão. As observações sobre o cenário de 2018 foram feitas após Ilan Goldfajn defender a estratégia da política monetária desde 2016.
O presidente do BC voltou a lembrar das pressões pela adoção de uma meta de inflação ajustada, no início de sua gestão. E comemorou o fato de a inflação terminar na meta já em 2017, ano seguinte à sua posse.
Em 2017, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou em 2,95%, bem aquém do centro da meta de 4,50%. Já para este ano, a mediana nas pesquisa Focus é de 3,89%, também inferior ao alvo da meta.
“Uma vez a inflação consolidada, este ano, tivemos a satisfação de manter a taxa de juro básica em mínimas históricas”, afirmou Ilan Goldfajn.
O presidente do BC defendeu a política monetária baseada na comunicação e no gerenciamento das expectativas de inflação.
Segundo Ilan, é a queda nas expectativas, em primeiro lugar, que leva à inflação mais baixa. “Depois é que veio a queda na inflação. Isso permitiu que a taxa de juro caísse de 14% para 6,5%”, disse.