Foto: Cíciro Back

Tiago Balieiro: ?Quando há alta, movimento cai até 60%?.

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Depois de várias semanas seguidas de queda, os preços dos combustíveis voltaram a subir em Curitiba, apanhando muitos motoristas de surpresa. Em alguns postos da capital, o litro da gasolina comum passou de R$ 2,19 para R$ 2,39 – ou seja, aumento de quase 10%. No caso do álcool hidratado, a alta foi ainda mais expressiva. Em alguns estabelecimentos, o preço do litro chegou a aumentar quase 21%, saltando de R$ 1,15 para R$ 1,39. Os poucos postos que ainda mantinham valores inferiores a R$ 1,38 (álcool) e R$ 2,38 (gasolina) ontem devem mexer nos preços hoje. Os revendedores alegam que o aumento partiu das distribuidoras.

No posto Petro Iguaçu, próximo à rodoferroviária de Curitiba, os preços dos combustíveis subiram na última terça-feira. Segundo Tiago Balieiro, filho do dono do estabelecimento, o preço do litro da gasolina caiu de R$ 2,25 para R$ 2,17 no último fim de semana, para acompanhar os preços da concorrência. Na segunda-feira, voltou para R$ 2,25 e ontem havia novo preço: R$ 2,38. O aumento, segundo Balieiro, partiu da distribuidora – nesse caso, a Shell. ?Antes, o litro da gasolina na distribuidora era R$ 2,10 e agora, R$ 2,17. O álcool passou de R$ 1,04 para R$ 1,15?, apontou Balieiro. Segundo ele, quando há alta nos preços, o movimento do posto chega a cair até 60% na primeira semana.

O frentista do Posto das Bandeiras (Ipiranga), no bairro Mercês, Antônio Snak, também confirmou o baixo movimento. O litro da gasolina comum, que era vendido por R$ 2,25 até a noite da última quarta-feira, passou para R$ 2,39 – aumento de 6,5%. Já o álcool subiu de R$ 1,25 para R$ 1,39 – alta de quase 12%. ?Quando o fim de semana se aproxima, aumenta o movimento. Mas hoje (ontem), está fraco?, comentou.

Clientela fiel

O Posto Vila Verde, no bairro Mercês, era um dos poucos que não havia mexido nos preços ontem – situação que deve ser revertida hoje. ?Vou fazer uma nova compra amanhã (hoje) e os preços podem mudar?, comentou o proprietário Altamir Pizzatto. Ontem, o posto mantinha a gasolina a R$ 2,29 o litro e o álcool a R$ 1,15. Segundo Pizzatto, o estabelecimento mantém clientela fiel. ?Às vezes, o preço do combustível aqui está mais alto que nos outros postos, e mesmo assim continuamos vendendo bem?, afirmou. ?Mesmo sendo de bandeira branca, ninguém desacredita do meu posto.?

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Para o empresário, a alta nos preços dos combustíveis não estaria relacionada à maior adição do álcool anidro à gasolina – de 23% para 25% desde o último domingo – mas à própria alta do produto. ?A distribuidora corta o desconto, e os postos têm de aumentar?, afirmou.

Conforme levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP), na semana passada o preço médio do litro da gasolina em Curitiba era R$ 2,259, com valores entre R$ 2,159 e R$ 2,49. Já o preço médio do álcool era R$ 1,231, com variação entre R$ 1,09 e R$ 1,49.

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Preço era irreal, aponta sindicato

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis no Paraná (Sindicombustíveis-PR), Roberto Fregonese, a reversão dos preços dos combustíveis em Curitiba já era esperada. ?O mercado em Curitiba já vinha com comportamento de preço abaixo do real há muito tempo. Em algum momento, haveria uma reação?, afirmou Fregonese.

Ele lembrou que Curitiba apresenta o menor preço da gasolina em todo o País, segundo levantamento da própria Agência Nacional do Petróleo (ANP). ?Estou no Espírito Santo, e aqui o litro da gasolina custa R$ 2,66?, comparou. Segundo ele, desde fevereiro a capital paranaense vive uma ?guerra de preços?, provocada principalmente por companhias distribuidoras. ?É possível manter os preços irreais por algum tempo, mas não durante todo o tempo?, comentou. ?Sabíamos que em um determinado momento, haveria a evolução do preço em Curitiba.?