A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) desacelerou em abril, encerrando o mês com alta de 0,21% – o menor desde agosto de 2005 e abaixo do previsto pelo mercado. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o recuo da taxa – que era de 0,43% em março – deve-se principalmente à maior oferta de produtos agrícolas, implicando, sobretudo, na acomodação de preços do álcool combustível, cuja alta vinha influenciando o IPCA dos meses anteriores.
Como resultado da colheita e comercialização da safra de cana-de-açúcar, o litro do álcool combustível registrou queda de 0,11% em abril. O produto vinha subindo desde julho do ano passado e chegou a atingir alta de 12,85% em março. Acompanhando o álcool, a gasolina apresentou o mesmo comportamento e também mostrou queda de preços de 0,09%. No mês de março, a gasolina, que havia registrado aumento nos preços tanto em função da alta do álcool quanto em conseqüência da alteração em sua composição (de 25% para 20%), foi o item que apresentou a maior contribuição individual no índice: 0,17 ponto percentual.
Na Grande Curitiba, os combustíveis pressionaram o IPCA ainda mais para baixo. O resultado foi deflação de 0,15%, puxada pelo álcool combustível, que registrou queda de 3,13%, e pela gasolina (-4,56%). Segundo o IBGE, o preço médio do litro da gasolina em Curitiba em abril era R$ 2,428 – o menor do País. O maior preço foi verificado em Fortaleza, onde o litro custava R$ 2,74. Já o preço médio do álcool combustível ficou em R$ 1,959, o terceiro menor. O maior preço foi registrado em Porto Alegre (R$ 2,532).
Além dos combustíveis, ficaram mais baixos os preços dos aparelhos de TV, som e informática (-1,26%), eletrodomésticos (-1,06%) e das passagens dos ônibus interestaduais (-1,67%), enquanto os ônibus urbanos mantiveram a estabilidade. Por outro lado, os remédios registraram aumento de 2,03%, refletindo o reajuste médio de 5,5% autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) para aplicação sobre os preços de cerca de 20 mil apresentações. Foi a maior contribuição individual no IPCA do mês: 0,08 ponto percentual.
Com o resultado de abril, o IPCA acumula no ano inflação de 1,65%. No mesmo período do ano passado, já estava em 2,68%. Por esse motivo, tanto o mercado quanto o Banco Central apostam que a meta de inflação de 4,5% de 2006 deve ser cumprida.
O IPCA é o índice que serve de parâmetro para as metas de inflação definidas pelo Banco Central. Para 2006, o BC persegue uma meta de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
O índice se refere a famílias com rendimento entre um e 40 salários mínimos e abrange Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Brasília e Goiânia.
INPC
Também o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) desacelerou, passando de 0,27% em março para 0,12% em abril. Em Curitiba, houve deflação de 0,07%. O INPC se refere às famílias com rendimento até oito salários mínimos.