Ilustração de Seto.

O aumento no preço da gasolina nas bombas foi maior que os 9% projetados pela Petrobras. Em Curitiba, o Sindicombustíveis/PR (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Paraná) estimava um acréscimo de R$ 0,16 por litro na sexta-feira, deixando o preço médio ao redor de R$ 1,89. Mas o que se verificou ontem foi aumento de até R$ 0,22 por litro nas distribuidoras, valor repassado aos consumidores na maioria das vezes. Com esta variação, o preço final do combustível deverá ficar entre R$ 1,95 e R$ 1,99 na capital paranaense, segundo projeção do Sindicombustíveis/PR.

O litro da gasolina que era vendido pelas distribuidoras entre R$ 1,55 e R$ 1,57 na sexta-feira, saltou para R$ 1,73 a R$ 1,77 ontem. Além disso, a elevação do álcool anidro (misturado à gasolina) causou impacto de 3% no preço final do combustível. Os preços ainda estavam muito variados na capital paranaense, entre R$ 1,79 e R$ 2,06. “Os preços ainda estão muito artificiais. Teve gente que não reajustou e as companhias distribuidoras não tinham preço firme, esperando a nova pauta do ICMS”, comentou o presidente do Sindicombustíveis/PR, Roberto Fregonese.

Hoje, o ICMS é recolhido sobre a pauta de R$ 1,97 por litro. A Receita Estadual informou que aguarda a acomodação de preços no mercado varejista para pesquisar o preço médio dos combustíveis no Estado dentro de sete a dez dias. Só então será definida a nova base de cálculo. Mesmo assim, a entrega das distribuidoras estava normal. “Depois elas fazem uma nota de correção do ICMS”, explicou Fregonese. Ele espera que a partir de amanhã, os preços estejam ajustados. “Aí só haverá a incidência da concorrência”.

Diesel

Já o aumento do diesel nas bombas ficou dentro dos 17% projetados pela Petrobras. Em Curitiba, a alta média foi de R$ 0,18 por litro, que passou a custar entre R$ 1,10 a R$ 1,16 aos revendedores e de R$ 1,25 a R$ 1,30 aos consumidores. O novo preço do diesel preocupa as transportadoras. “O aumento do combustível representa a necessidade de repasse de 5% nos fretes para cobrir os custos”, estima o presidente do Setcepar (Sindicato dos Transportadores de Carga do Paraná), Rui Cichella. Porém os fretes podem subir até 15% em função da elevação de outros insumos. Um frete de Foz do Iguaçu a Paranaguá deve passar de R$ 1,1 mil para R$ 1,25 mil.

Álcool

Na semana passada, o álcool combustível teve reajuste de 21,97% nas usinas, com repasse de até R$ 0,38 por litro por parte das distribuidoras. No Posto Moderno, em Curitiba, a gasolina passou de R$ 1,78 para R$ 1,89, o álcool de R$ 0,979 para R$ 1,29 e o diesel, de R$ 1,05 para R$ 1,25. Já o Posto Pilarzinho, antes de receber o combustível com preço novo, vendia a gasolina a R$ 1,79, o álcool a R$ 1,19 e o diesel a R$ 1,09.

Empresas aéreas já repassaram reajustes

Rio

(AG) – As empresas aéreas já repassaram para os passageiros a recente alta de 14,8% no querosene de aviação, anunciado na sexta-feira. Varig, Rio Sul e Nordeste reajustaram os preços de suas passagens em 7,5%. A Vasp também aumentou seus preços em 7,48%%, em vigor a partir de ontem. E na TAM, os bilhetes aéreos estão 7,53% mais caros. Com a nova tabela o preço de um bilhete na ponte aérea Rio-São Paulo em vôos da Varig ou da TAM subiu de R$ 287 para R$ 309. Na Vasp, a passagem é oferecida a R$ 259. Os novos valores entraram em vigor ontem.

A única que ainda não se decidiu foi a Gol. Segundo a assessoria de imprensa da companhia aérea, o assunto ainda está sendo avaliado pela diretoria empresa, que costuma anunciar seus aumentos somente um ou dois dias depois da concorrência. Na Gol, a tarifa mais baixa para o trecho Rio – São Paulo é oferecida custa R$ 199, pela Internet. No balcão da empresa nos aeroportos ou pela central de vendas por telefone o bilhete custa a partir de R$ 219.

No início de outubro, as principais companhias aéreas – Vasp, TAM e Gol, além do grupo Varig – aumentaram seus bilhetes em 16% (em média), alegando o repasse nos preços em conseqüências da alta do dólar e do aumento no custo do combustível de aviação de 16,3%.

Segundo os cálculos do presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea), George Ermakoff, o querosene de aviação já acumula alta de 105% de janeiro a outubro deste ano, sem contar com o recente aumento.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que calcula o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as passagens aéreas já tiveram aumente de 23,63% este ano, entre janeiro e setembro. Só no mês de outubro, até o dia 20, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Getúlio Vargas, apurou variação de 10% para o segmento.

Gás vai subir mais que 20%

Olavo Pesch

O aumento do gás de cozinha (GLP) para os consumidores paranaenses será superior a 20% – contra 12% estimados pela Petrobras. Além da elevação de 22,8% nas refinarias, a alta coincidiu com a convenção coletiva dos funcionários das revendas autorizadas, que representará acréscimo de 14% sobre a folha de pagamentos de outubro. A majoração do diesel (de 17% no preço final, segundo a Petrobras) é outro fator que elevará os custos do gás. “O transporte representa 40% dos custos de uma distribuidora”, cita Stelios Chomatas, presidente do Sinregas (Sindicato dos Revendedores de Gás do Paraná).

Pelos cálculos do sindicato, o preço médio do bujão de 13 quilos passará de R$ 21 para R$ 25,50 – incremento de 21,42%. Chomatas destaca que o preço ideal (sem descontos) antes do aumento era R$ 23,50, conforme sugestão da ANP (Agência Nacional de Petróleo). Com a alta, o GLP deveria custar R$ 28 no Paraná. “É o preço razoável para remunerar a cadeia toda, mas temos que ver se o mercado consegue absorver isso”, aponta o presidente do Sinregas. “Como desde quinta-feira passada a ANP não monitora mais os preços, vai haver uma acomodação, mas não sabemos a que nível”, comenta.

Oficialmente, o novo aumento do gás vale a partir de hoje. Mas ontem não foi fácil encontrar GLP no preço antigo em Curitiba. Devido ao feriado de Finados, a maioria dos revendedores não abriu as portas no sábado. “Houve muita venda na sexta. Hoje (ontem), com o preço velho, todo gás que chega está comprometido”, relata Chomatas. Segundo ele, houve uma redução de descontos em alguns locais, “mas nada distorsivo”. Houve filas para recarga dos bujões nas distribuidoras de GLP em Araucária.

Acordo

O setor de revenda credenciada de gás emprega diretamente cerca de 5 mil pessoas no Paraná, entre motoristas, entregadores, ajudantes, empilhadores e armazenadores. Pelo acordo coletivo de trabalho, a categoria receberá reajuste salarial de 9% e aumento de 16% nos benefícios. O salário médio dos trabalhadores é R$ 600.

Bombeiros vão fazer fiscalização

Olavo Pesch

Para tentar coibir a venda ilegal de gás no Estado, o Sinregas firmou convênio com o Corpo de Bombeiros e a ANP (Agência Nacional de Petróleo). “No Paraná há 600 revendedores credenciados, ligados às distribuidoras e que fazem parte do sindicato, e 15 mil pontos de venda clandestinos (bares, mercearias, igrejas, creches…)”, informa o presidente do Sinregas, Stelios Chomatas. A previsão é que a partir do dia primeiro de dezembro, cinqüenta bombeiros treinados iniciem a fiscalização dos estabelecimentos.

“Esses locais não autorizados geram sub-emprego e não geram impostos. A margem de lucro deles é justamente a sonegação de imposto”, comenta Chomatas. “A venda ilegal está se tornando um meio de vida, como é feito com a água mineral. Muitos vendem o bujão de 13 quilos com 11, tirando dois para vender para o pipoqueiro”, ilustra. Com o convênio, os bombeiros não terão que esperar denúncias, mas passarão a agir com poder de polícia.

O vendedor flagrado em situação irregular será multado no valor mínimo de R$ 5 mil. “É o caso de quem tiver uma pilha de botijões sem extintor ao lado, ao lado de um poste de luz ou telefone público”, exemplifica. O valor da multa aumenta proporcionalmente à quantidade de bujões comercializadas irregularmente.

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