Os preços dos combustíveis estão em queda livre, em Curitiba, em maio. Na semana passada, a pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) que levantou preços entre os últimos dias 10 e 16 já apontava um preço médio de R$ 1,253 para o álcool e R$ 2,309 para a gasolina, bem mais baixo que os R$ 1,377 e R$ 2,407 do início do mês.

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No entanto, ontem, ambos os combustíveis podiam ser encontrados com facilidade, nas bombas, a valores como R$ 1,089 e R$ 2,16. Mas enquanto os vendedores continuam avisando que os valores não ficarão assim por muito tempo, os produtores afirmam que o preço atual, ao menos do álcool, é justo.

De acordo com o diretor-presidente da Associação de Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná (Alcopar), Anísio Tormena, como o preço do álcool tem saído muito baixo das usinas – segundo ele, entre R$ 0,72 e R$ 0,75, incluídos os impostos -, não tinha porque não ficar baixo também nas bombas.

“O valor é coerente com a nossa realidade, e nem deveria ter subido anteriormente. Acredito que está havendo sensibilidade por parte dos comerciantes”, afirma.

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Segundo Tormena, não há, atualmente, perspectivas de aumento no valor do álcool por parte das usinas, e por isso é de se esperar que os valores continuem baixos em toda a cadeia. Ele acredita que o preço baixo beneficia os produtores, já que leva a um aumento no consumo do produto.

Mesmo assim, o dirigente vislumbra um ano de prejuízos a quem produz o combustível. “Ainda é um cenário de escassez. Mas todos estão produzindo e vendendo, por mais que não estejam lucrando”, conclui.

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Entretanto, para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis no Paraná (Sindicombustiveis-PR), Roberto Fregonese, os descontos são temporários e vêm sendo aplicados apenas pelos postos, já que nas distribuidoras o preço é o mesmo.

A margem de lucro, informa ele, está apertada, flutuando entre R$ 0,08 e R$ 0,10. “Já é o fundo do poço”, afirma. “Não tem como sustentar por muito tempo. Daqui a pouco estaremos discutindo as razões pelas quais o preço subiu.”

Entre os motivos de uma possível alta, Fregonese aponta o dissídio coletivo dos trabalhadores do setor, que deverá ser negociado na próxima terça-feira (26). Para ele, assim que os salários dos funcionários forem reajustados, o custo será repassado às bombas.

Pesquisa

O último levantamento da ANP, que buscou os preços dos combustíveis da semana passada, ainda não apontou a nova baixa dos últimos dias, apesar de já indicar valores mais baratos em relação às semanas anteriores.

Em Curitiba, entre 26 de abril e 2 de maio, a gasolina era vendida em média a R$ 2,407 e o álcool a R$ 1,377. Nos sete dias seguintes, os valores caíram, respectivamente, para R$ 2,363 e R$ 1,316. Na semana passada, os valores já eram de R$ 2,309 e R$ 1,253, com mínimos chegando a R$ 2,19 e R$ 1,109.

Já nas distribuidoras, a variação foi bem mais discreta. Até 2 de maio, a gasolina era vendida a R$ 2,168 e o álcool a R$ 1,116. Na semana seguinte, os valores foram para R$ 2,161 e R$ 1,094 e, na última semana, estavam em R$ 2,162 e R$ 1,092.