A alta dos combustíveis pressionou a inflação na primeira quinzena de novembro, fazendo com que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) tivesse variação de 0,63% – resultado superior ao de outubro (0,32%). Entre as 11 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Curitiba ficou na terceira posição, com inflação de 0,74%, atrás apenas de São Paulo (0,84%) e Goiânia (0,77%). A capital com menor variação foi Recife (0,16%).
Os preços para cálculo foram coletados no período de 14 de outubro a 11 de novembro e comparados com os preços vigentes de 14 de setembro a 13 de outubro. A aceleração na taxa de um mês para o outro – de 0,32% para 0,63% – foi conseqüência, principalmente, dos reajustes ocorridos nos preços dos combustíveis, que subiram 4,37% em média. Em Curitiba, a alta foi mais expressiva: 6,15%. Para o consumidor, o litro da gasolina ficou, na média das regiões pesquisadas, 3,19% mais caro, tendo em vista o reajuste de 4% nas distribuidoras, em vigor desde o dia 15 de outubro. Já em Curitiba, a alta foi de 4,46%. Mas o combustível que teve aumento mais acentuado no período foi o álcool: elevação de 9,59% na média nacional e 11,72% em Curitiba e Região Metropolitana.
Outros produtos
As passagens aéreas, refletindo aumentos nos custos, especialmente do combustível, tiveram alta de 5,93%. Combustível de uso doméstico, os preços do gás de cozinha (1,46%) também subiram. Outros itens apresentaram alta no mês, com destaque para os cigarros (1,45%), condomínio (1,34%), automóvel novo (1,20%) e telefone fixo (1,17%).
Além disso, o índice foi influenciado por aumentos nos preços dos alimentos, que, embora com ligeira queda (-0,05%), subiram em relação ao mês anterior, quando o resultado foi de -0,26%. A batata-inglesa (de -10,23% para -6,02%) e as hortaliças (de -8,46% para -1,20%) caíram menos. Já o feijão carioca (de 2,06% para 18,27%) teve aumento expressivo.
O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA – índice oficial que baliza as metas de inflação defendidas pelo Banco Central. A diferença entre os dois índices está no período de coleta dos preços.
De olho na percepção do mercado sobre a inflação do próximo ano, o BC elevou a taxa básica de juros em 1,25 ponto percentual desde setembro. A expectativa de analistas para o fim do ano é de um novo aumento. Segundo a última pesquisa Focus, o mercado estima que a Selic chegue a 17,5% ao ano em dezembro.