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Com persistência da seca no Nordeste, governo quer reduzir vazão de Sobradinho

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) vai propor a redução da vazão mínima da usina de Sobradinho, na Bahia. Em razão da seca que atinge a região, se não houver nenhuma mudança na operação, o reservatório da hidrelétrica pode atingir um nível de apenas 2% em novembro, conforme previsão do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). De acordo com nota divulgada pelo Ministério de Minas e Energia, a sugestão de diminuir a defluência da usina será feita pelo CMSE à Agência Nacional de Águas (ANA) e ao Ibama.

A seca no Ceará também preocupa o governo. Segundo a nota do CMSE, reservatórios de hidrelétricas que representam 95% da capacidade do Estado estão com um nível abaixo de 30%, o que pode afetar a operação das usinas de Pecém I e II. Embora sejam termelétricas, as usinas, que possuem potência de 1.080 MW, dependem de água para operar.

Se forem paralisadas, a contratação de outras térmicas para substituí-las pode custar entre R$ 650 milhões e R$ 750 milhões até o fim do ano, segundo o ONS. Para evitar essa despesa, o governo vai criar um grupo de trabalho e aprofundar as discussões sobre o assunto. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também vai avaliar a questão.

O CMSE destacou ainda que o reservatório da usina de Tucuruí, no Pará, também está em um nível mais baixo do que o esperado. Por isso, o governo não descarta acionar térmicas para garantir o suprimento das regiões Norte e Nordeste e preservar os estoques de Tucuruí e Sobradinho.

Risco

Com a queda do consumo e sobra de energia, o governo afastou qualquer chance de racionamento no País neste ano. O risco é zero, levando em consideração a média dos últimos 84 anos de chuvas e a série sintética, que desdobra o histórico em 2.000 cenários hipotéticos.

De acordo com o comitê, no mês de julho, as chuvas ficaram acima da média histórica na região Sul, em 104%, e próximas da média no Sudeste/Centro-Oeste, em 93%. No Norte e no Nordeste, as chuvas ficaram abaixo da média e atingiram, respectivamente, 52% e 33%.

Em 31 de julho, os reservatórios das hidrelétricas atingiram 88,1% no Sul, 54,4% no Norte, 51,5% no Sudeste/Centro-Oeste e 23,3% no Nordeste. A previsão, para o fim de agosto, é que os reservatórios sejam reduzidos a 74,8% no Sul, 48,7% no Norte, 42,2% no Sudeste/Centro-Oeste e 18,9% no Norte.

Segundo o comitê, no mês passado, 1.635,35 MW foram acrescentados ao sistema, além de 375,5 quilômetros de linhas de transmissão. O principal destaque foi a segunda turbina de Belo Monte, que entrou em operação e adicionou 611,11 MW ao sistema. Desde janeiro, já entraram em operação 5.427,03 MW de energia nova e 3.024 km em linhas.

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