Carro popular na Europa, com acabamento pobre e preço na faixa de 5,8 mil (R$ 15 mil), o Logan passou por uma cirurgia plástica na versão brasileira para ficar mais atraente. De vantagem natural ele tem o espaço interno superior aos concorrentes e será vendido com um pacote de benefícios que inclui garantia por três anos e financiamento especial – mas praticamente pelo dobro do preço do europeu, na casa dos R$ 28 mil a R$ 30 mil.
O lançamento do Logan será na terça-feira, no Rio. O modelo é a grande aposta da Renault para colocar em marcha o plano que tinha ao se instalar no Brasil no fim de 1998. Ao construir uma fábrica para produzir 240 mil veículos por ano e outra para motores, com investimentos na casa de US$ 1 bilhão, a companhia francesa queria estar entre as maiores montadoras do País. Mas, passados quase nove anos, derrapa na oitava posição entre as fabricantes nacionais e suas vendas correspondem a apenas 3,1% do mercado total no País.
Muitos que viram o carro aqui ou no exterior dizem que o design é um pouco antiquado. O diferencial é o espaço interno. É mais largo e mais alto que os modelos disponíveis no segmento de sedãs pequenos. Tem uma área envidraçada ampla, que permite maior visibilidade. O espaço para pernas dos passageiros dos bancos traseiros é mais confortável que o do Toyota Corolla, um sedã médio, e o porta-malas também é maior.
Com ele, a Renault espera iniciar uma virada e dobrar suas vendas até 2009, atingindo fatia de 5,9% do mercado. Também pretende estancar anos seguidos de prejuízos. Em 2006, enquanto a maioria das montadoras festejava a volta ao azul, a Renault teve perda de R$ 180,5 milhões. No ano anterior, o recuo foi ainda maior, de R$ 397,3 milhões, embora boa parte tenha sido anistiada pela matriz. O Logan é apenas parte do processo. A empresa prepara para o fim do ano o lançamento de outro carro, um compacto que terá preço mais popular. Até 2009, virão mais dois modelos. O projeto total vai custar US$ 360 milhões.
Na Europa, onde já vendeu mais de 500 mil unidades, o Logan custa entre 5,8 mil (R$ 15 mil) e 7,6 mil (R$ 20 mil). A versão mais barata tem acabamento pobre. O modelo terá motorização 1.0 e 1.6 flex. As lojas só começarão a vender o carro em julho.