Com menos gente fazendo compras, caíram também as chances de fraudadores atuarem em 2015. Esta é a conclusão de um levantamento da Serasa Experian que estimou em 1.944.200 o total de tentativas de roubo de dados pessoais para compras ou contratação de crédito indevidamente no ano passado. O número equivale a 16,3 tentativas de roubo de identidade por segundo, redução de 4,7% na comparação com 2014, quando a estimativa ficou em 15,5 por segundo, ou 2.039.588 ocorrências.
A explicação da instituição para a queda na atuação de fraudadores está diretamente ligada à dinâmica da economia. “A estagnação econômica e a menor disposição do consumidor em ampliar seus gastos e compromissos financeiros durante o ano passado reduziram a ida ao mercado, diminuindo o universo potencial aos fraudadores para aplicar seus golpes”, diz a empresa, em nota.
Na abertura por setores, o de telefonia não só é o que responde pela maior parcela das tentativas de fraude, com 41,5% do total, como também foi o único a registrar aumento, de 4,5%, na comparação com 2014, para 808.451 registros. O segmento de serviços é o segundo mais visado pelos criminosos, com 29,2% das ações para fraudar a identidade de consumidores. Abrangendo negócios com construtoras, imobiliárias, seguradoras, salões de beleza e pacotes turísticos, a Serasa estimou em 567.960 o total de tentativas de fraude, uma redução de 12,4% em relação a 2014.
No setor bancário, a redução foi de 18,5%, para 389.205 registros. O segmento responde por 20% dos alvos dos golpistas. No varejo, a retração foi de 2,4% em 2015 ante o ano anterior. A Serasa estimou em 149.620 as ações de fraudadores no segmento, correspondendo a 7,8% do total. Os demais setores somados respondem por 1,5% das tentativas de fraudes empreendidas no ano passado.
Principais golpes
Segundo a Serasa Experian, as tentativas de fraudes mais comuns são a emissão de cartões de crédito em nome do consumidor que teve os dados pessoais roubados e o financiamento ou compra de aparelhos eletrônicos, celulares e automóveis. Outra prática comum, segundo a empresa, é a abertura de contas bancárias e até empresas, que podem servir de fachada para a aplicação de outros golpes.
Metodologia
O Indicador Serasa Experian de Tentativas de Fraude contra o consumidor é resultado do cruzamento do total de consultas de CPFs efetuado mensalmente com a estimativa do risco de fraude, estimada por modelos probabilísticos de detecção de fraudes desenvolvidos pela Serasa Experian.