economia

Com menor demanda, empresas de ensino reajustaram preços abaixo da inflação

O setor de ensino superior ainda enfrenta um cenário fraco para demanda, o que fez com que as mensalidades fossem reajustadas em patamares inferiores à inflação no segundo semestre de 2016, conclui estudo da plataforma Quero Bolsa. A companhia, que presta serviços de captação de novos alunos para grupos de ensino, calculou que as mensalidades no ensino presencial no Brasil subiram em média 4,1% no segundo semestre de 2016 ante igual período de 2015.

“Os preços vem sendo afetados por problemas do ambiente brasileiro: a economia fraca e o encolhimento do financiamento estudantil estão atrapalhando bastante a demanda”, comentou Pedro Balerine, gerente de inteligência de mercado do Quero Bolsa.

A alta de preços de 4,1% foi menor que a praticada para os entrantes no primeiro semestre, quando as mensalidades haviam subido 4,5% no ensino superior privado presencial na comparação anual. O indicador ficou abaixo do índice de referência usado para reajustar salários de docentes, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que em 2016 foi de 9,2%.

Já no ensino a distância, o segundo semestre de 2016 teve alta de preços de mensalidades de 2,8% na comparação com igual período de 2015. O indicador é menor que o do primeiro semestre, quando os reajustes foram em média de 4,7%.

Balerine lembra que os aumentos do segundo semestre costumam ser definidos no planejamento das faculdades ainda em abril. Para ele, a instabilidade ainda forte no cenário político brasileiro naquele período elevou a preocupação com a demanda fraca.

O cálculo sobre o reajuste médio considera o preço cheio das mensalidades, mas Balerine destaca que há, além disso, uma tendência mais forte de concessão de bolsas no setor. “Não dá pra negar que, nos momentos de crise, as faculdades estão recorrendo mais às bolsas do que esperaríamos”, comentou.

A concessão de bolsas a alunos que não financiam seus estudos esteve recentemente no centro de uma polêmica envolvendo as práticas de preço das empresas de educação privada.

Ao darem descontos para atrair alunos de outras faculdades ou para conseguir novas matrículas, as empresas podem ter estudantes numa mesma sala de aula pagando preços diferentes. “Alguns estudantes demonstraram preocupação com a ideia de que todos os alunos da mesma sala têm que necessariamente pagar o mesmo preço, mas isso não é verdade”, comenta o executivo. “A faculdade tem liberdade pra fazer estratégias comerciais diferenciadas pra alunos diferentes”, disse.

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