O mercado de juros futuros abriu a semana em ritmo lento. Na espera pela decisão de política monetária aqui e nos Estados Unidos na quarta-feira, dia 31, investidores adotaram uma postura cautelosa e preferiram não promover alterações relevantes nos prêmios de risco.

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Sem indicadores de atividade e inflação domésticos relevantes e na ausência de movimentos bruscos lá fora, as taxas dos principais contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) pouco oscilaram ao longo do dia e terminaram a sessão regular em leve baixa, acompanhando a desaceleração do ritmo de alta do dólar pela tarde. Segundo operadores, a queda dos rendimentos da T-note de 10 anos, referência global para o mercado de renda fixa, contribuiu para o viés de queda dos DIs.

Entre as taxas curtas, o DI para janeiro de 2020 terminou o dia estável, a 5,58%. Na parte intermediária da curva, DI para janeiro de 2021 desceu de 5,45% para 5,44%, enquanto a taxa do vencimento para fechou a 6,31%, ante 6,30%. Entre os longos, o DI para janeiro de 2025 desceu de 6,87% para 6,85%.

Embora segunda-feira seja tradicionalmente um dia de menor liquidez no mercado de juros futuros, o giro hoje ficou muito aquém do costumeiro. E isso mesmo levando em conta que julho é um mês de menos negócios, por conta das férias no Hemisfério Norte e do recesso parlamentar. Foram negociados, por exemplo, cerca de 100 mil contratos com vencimento em janeiro de 2021, menos da metade da média diária da semana passada (216 mil) e no pregão da segunda-feira anterior (132,15 mil contratos).

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Operadores e estrategistas de renda fixa afirmam que as apostas para a decisão do Copom já estão consolidadas, o que tira força dos negócios. Segundo operadores, a curva a termo doméstica reflete chances de cerca de 70% de corte da Selic em 0,50 ponto porcentual, para 6% ao ano. No exterior, os mercados apostam majoritariamente em redução em 0,25 ponto dos Fed funds – hoje entre 2,25% e 2,50%.

Para estrategista de renda fixa da Coinvalores, Paulo Nepomuceno, o mercado local está “tentando empurrar” o BC para um corte inicial mais forte da Selic. “Falta saber se o Copom vai sancionar isso. Eu acredito que o BC será mais parcimonioso”, diz Nepomuceno, ressaltando que a reforma da Previdência ainda não foi aprovada em segundo turno na Câmara e o que um corte inicial de 0,50 ponto seria muito forte em um ciclo total de afrouxamento estimado em 1 ponto porcentual.

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Seja qual for a decisão do Copom, Nepomuceno afirma que “não há motivos para o BC não baixar” a taxa de juros. “Temos uma fragilidade fiscal enorme com arrecadação muito baixa. Juros menores ajudariam na questão da dívida bruta”, afirma o estrategista.

Apesar de reconhecer que o mercado se dividiu em relação ao tamanho do corte inaugural da Selic, o economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, acredita que o Copom iniciará o ciclo de afrouxamento de maneira “mais comedida”, com um corte de 0,25 ponto esta semana, para depois acelerar e reduzir a Selic em 0,50 ponto em setembro.

Para Oliveira, a taxa Selic deve encerrar 2019 em 5% e permanecer neste patamar ao longo de 2020 e dos primeiros meses de 2021. “Sim, a primeira alta seria apenas no primeiro de 2021”, ressalta Oliveira, em relatório enviado a clientes.