O dólar fechou a quinta-feira, 18, em alta de 1,02%, a R$ 3,2381. Foi o sexto pregão consecutivo com a moeda americana em alta e o mercado já prevê o dólar em R$ 3,2525 em setembro. O comportamento do câmbio levou o Banco Central a anunciar na mesma quinta, no fim do dia, que vai reduzir nesta sexta-feira, 19, sua intervenção diária nos negócios.

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Profissionais ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, justificaram o movimento cambial citando o mal-estar em torno do cenário interno – em especial, do ajuste fiscal. Entre os fatores de pressão, as dificuldades na aprovação, pelo Senado, da proposta de Emenda à Constituição que recria a Desvinculação de Receitas da União (DRU) e a greve dos servidores do Tesouro Nacional.

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Em comunicado, o Banco Central informou que retirará do mercado nesta sexta-feira por meio de swaps cambiais reversos (um tipo de contrato ligado à moeda americana, no qual o BC se compromete a pagar juros ao investidor em troca da variação cambial), apenas o equivalente a US$ 500 milhões.

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Nos últimos seis dias úteis, a autoridade monetária vinha retirando US$ 750 milhões do sistema. Na prática, com a decisão, o BC contribui para diminuir a pressão mais recente de alta para o dólar no Brasil.

A mudança surge após a cotação do dólar à vista saltar 3,47% em seis dias úteis. Na quinta, especificamente, a alta de mais de 1% chamou a atenção, ainda mais porque no exterior a moeda americana registrou recuo na comparação com divisas de outros países exportadores de commodities, como o dólar australiano e o dólar canadense.

Estoque

Em suas comunicações, desde que assumiu o comando do BC, o presidente da instituição, Ilan Goldfajn, vem defendendo os leilões de swap cambial reverso como forma de reduzir o estoque total da instituição, hoje na casa dos US$ 44 bilhões, em swaps tradicionais. Na prática, com um estoque menor, o risco de prejuízos para o BC caso o dólar dispare diminui e, ao mesmo tempo, a avaliação do País no mercado e entre as agências globais de risco tende a melhorar.

Quando o dólar se aproximou dos R$ 3,10 na semana passada, o BC enxergou a oportunidade de elevar de US$ 500 milhões para US$ 750 milhões suas intervenções diárias, acelerando o processo. Agora, com a moeda americana próxima dos R$ 3,22, a instituição reduz as intervenções, evitando uma pressão adicional de alta para o dólar, em meio às incertezas na área fiscal.

O superintendente regional de câmbio da SLW Corretora, João Paulo de Gracia Corrêa, chama atenção justamente para o fato de o BC elevar a intervenção quando o dólar se aproximou dos R$ 3,10 e, na outra ponta, reduzir quando a moeda passou os R$ 3,20. “Por mais que o Banco Central diga que o dólar é flutuante e que, com as intervenções, a intenção é reduzir os estoques e não influenciar as cotações, o mercado não vai entender desta forma”, comentou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.