Apesar da falta de força das bolsas americanas, em meio à cautela em torno da concretização do acordo parcial entre China e Estados Unidos, o Ibovespa manteve o sinal positivo ao longo da tarde e fechou acima dos 104 mil pontos pela primeira vez desde o dia 1º de outubro. Nas últimas quatro sessões, o principal índice da B3 acumulou valorização de 4,44%. Em outubro, porem, ainda apresenta perda, de 0,42%.

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Impulsionadas pelo aumento das apostas de que a taxa Selic cairá abaixo de 5% ao ano, ações de bancos e varejistas apresentaram alta firme e sobrepujaram o efeito negativo do tombo dos papéis de Vale e siderúrgicas. Com mínima aos 103.438,47 pontos, o Ibovespa fechou aos 104.301,58 pontos, alta de 0,45%. O volume negociado foi reduzido, de R$ 10,7 bilhões, em razão do feriado do Dia de Colombo, nos Estados Unidos, que diminuiu o giro de negócios em Wall Street.

Profissionais ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, afirmam que, com a perspectiva de votação final da previdência no Senado até dia 22 e afastado o risco iminente de uma escalada da guerra comercial, investidores aproveitaram que muitos papéis haviam sofrido em demasia para recompor posições.

Um experiente operador de uma corretora local lembra que o Ibovespa chegou a fechar abaixo dos 100 mil pontos no início da semana passada, em meio aos temores de que as negociações sino-americanas malograssem e aos ruídos políticos internos, com a disputa em torno da partilha dos recursos do megaleilão do pré-sal. “Com essa melhora no humor, muitos papéis pareceram com preços atraentes, o que estimulou compras. Mas o Ibovespa ainda parece sem forças para superar os 105 mil pontos”, afirma.

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Lá fora, depois de celebrar o acordo parcial entre China e Estados Unidos na sexta-feira, o mercado adotou uma postura mais cautelosa. Chineses afirmaram que querem “novas conversas” antes de assinar a chamada “Fase 1” do entendimento parcial e ainda buscam um acordo comercial abrangente. O principal ponto de preocupação é a possibilidade de os Estados Unidos elevarem tarifas a produtos da China em 15 de dezembro.

Por aqui, a perspectiva é que o PL da cessão onerosa seja apreciado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e no plenário da Casa ainda nesta terça-feira, 15. Por ora, os atritos entre o presidente Jair Bolsonaro e seu partido, o PSL, não assustam os mercados, dizem operadores.

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Com a expectativa pelo megaleilão em novembro, as ações da Petrobras conseguiram se desvencilhar do efeito negativo da queda de mais de 2% dos preços do petróleo e fecharam em alta – PN subiu 0,18% e ON, 0,58%. Na contramão, o papel da Vale amargou queda de 1,34%, na esteira da baixa de 2,42% do preços no porto de Qingdao, na China.

O destaque positivo do pregão foram os papéis de bancos, varejistas e incorporadoras, que tendem a ser beneficiados pelo avanço do crédito em um ambiente de juros menores. Não por acaso, entre os índices setoriais da B3, as maiores altas foram do Índice Financeiro (1,04%), Índice Imobiliário (0,93%) e Índice de Consumo (0,51%). Entre as blue chips, Itaú PN subiu 1,68% e Bradesco PN avançou 1,41%. No setor de consumo, destaque para o papel ON de Magazine Luiza (4,12%), maior alta entre as ações que compõem o Ibovespa, e para a B2w (+1,89%).

Diante da retomada lenta da atividade e das projeções de inflação bem comportadas, crescem as expectativa de mais corte da Selic. Depois de recuar 0,07% em julho, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) avançou 0,07% em agosto ante julho (com ajuste sazonal) – abaixo da media de 0,20% do Projeções Broadcast, mas dentro do intervalo esperado (entre -0,20% e +0,50%).